
Reflexões em Verde e Branco
A vontade é de repetir exatamente a mesma última coluna. Impressionante como o Coritiba insiste em continuar exatamente igual: Jogando bem, dominando a partida e não conseguindo as vitórias.
Se eu falo de azar, um monte de gente critica... Mas o gol do Inter, que me perdoem os críticos, foi pura obra do azar. Um chute mediano, que vinha para uma defesa fácil de Vanderlei, mas que “esbarrou” nos pés do falastrão Welington Paulista que, ao tentar dominar a bola, acabou desviando-a e acertando as redes.
Até este momento, o Coritiba já tinha perdido algumas chances, entre elas uma inacreditável com Zé Love. Dominava a partida, chegava bem ao ataque e dava mostras que o gol sairia a qualquer momento.
Vamos separar as coisas didaticamente. Estou falando do contexto geral, depois eu vou para os apontamentos específicos.
De uma forma geral, repito “ipsis literis” a coluna anterior: “Apesar de não estarmos auferindo os resultados, estamos demonstrando dentro de campo qualidade e capacidade para evoluir.”
É público, é notório. O time é bom, tem uma forma de atuar compacta e que está pecando apenas no arremate final e/ou no último passe (isso quando a sorte não ajuda o adversário como no gol de ontem).
À exceção de alguns poucos histéricos apocalípticos (ou politiqueiros de plantão), todos percebem que este time tem muito o que evoluir, bastando apenas a contratação de um 9 de ofício e mais um meia habilidoso.
O futebol está sendo mostrado. Está faltando “o pulo”, aquele jogo onde as coisas finalmente dão certo e o “fio vira”.
Estou sentindo que esse jogo será lá em Maringá contra nosso eterno rival... Por que não?
Zé Love realmente vem perdendo incríveis oportunidades, porém, taticamente, tem jogado muito bem. Ontem mesmo, após sua saída, o time perdeu muito da movimentação na linha de frente, com Keirrison jogando demasiadamente enfiado entre os zagueiros.
Este panorama mostra uma coisa que todos sabem, mas andam esquecendo: Zé Love não é 9, não é centro avante.
Tudo bem que um atleta profissional que atua em um time de série A não pode simplesmente errar um gol de mais de 7 metros de largura, mas Zé Love, além de atuar numa posição que não é a sua, vê-se obrigado a lidar com os apupos da torcida que, em menos de 5 minutos de jogo já o está vaiando.
Entra ano, sai ano, e a nossa torcida continua com alguns comportamentos que eu não consigo entender.
Enfim... Ninguém esconde que o Coritiba precisa de um atacante de área para vestir a camisa titular. Porém, enquanto esse avante não chega, por que não apoiar e dar forças aos que aí estão? O que perderíamos com isso?
Victor Ferraz é outro que não fez uma boa partida ontem.
Displicente, errou quase todos os cruzamentos e ainda “entregou” passes que resultaram em perigosos contra ataques para o adversário.
Discordo dos que contumazmente criticam seu futebol, acho ele um excelente lateral. No entanto, passa por um momento instável e isso deve ser pensado no Coritiba.
Diferentemente do que acontece no ataque, temos nesse setor opções, por isso mesmo acredito que seja o momento de analisar a questão.
Reginaldo veio do Maringá como o melhor lateral direito do Campeonato Paranaense desse ano. Não seria hora de uma oportunidade para o garoto?
É chato ser repetitivo, mas volto a afirmar: O principal jogador desse meio de campo do Coxa é o Robinho.
Sua ausência freia o ímpeto do time, que se obriga a jogar demasiadamente pelas laterais, tornando-se previsível.
Alex é o cara do toque de primeira, da visão de jogo, do lançamento. Mas Robinho é o dono da condução de bola, da tabela e da construção de jogada. O time ressente-se de alguém que carregue a bola quando Robinho não joga.
Por isso ressalto: Apesar do foco estar na vinda de um centro avante de ofício, urge um reserva à altura para Robinho.
Ajustes.
Esse time ainda vai dar muitas alegrias... Escrevam!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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