
Reflexões em Verde e Branco
Vou começar citando o Deivid, numa entrevista que ele deu após o empate contra o Flamengo em Brasília (jogo em que o time chegou a estar perdendo por 2 a 0): “Quem quiser ganhar do Coritiba neste campeonato, vai ter que jogar muita bola!”.
O Coritiba que temos visto jogar, é um time que, independentemente da situação que se mostra em campo, mantém-se fixo em seu objetivo e na sua forma de atuar.
Diferentemente de anos anteriores, onde víamos um time que, mesmo com qualidade, sentia a pressão de resultados adversos, este ano estamos presenciando uma máquina (não no sentido de boçal superioridade, mas de sistematicidade de jogo), que mantém-se fria e focada, executando seu jogo e buscando seu resultado.
Talvez por contar com um craque do nível de Alex comandando as ações, talvez por ter um técnico competente e moderno (que tem em seu repertório diferentes táticas para diferentes situações), talvez por estar se acostumando a figurar em posição de destaque no cenário nacional, talvez pela confiança de todos na boa administração que vem sendo feita... O fato é que o Coritiba, hoje, é uma equipe que está demonstrando maturidade.
Pudemos ver o Coritiba buscar a vitória até o último minuto contra o Atlético Mineiro, manter-se frio contra o Fluminense até conquistar o resultado, não se desesperar contra o Flamengo, manter sua toada mesmo com uma retranca armada pelo Atlético... E ontem, em plena Vila Belmiro, ignorar os gols do Santos e continuar jogando o SEU futebol, trazendo da casa lotada do adversário, um bom empate.
As falhas de posicionamento podem ser corrigidas (os dois gols tomados resultaram de equívocos na organização defensiva), assim como a eficiência no ataque pode ser aprimorada... Mas a Maturidade, esta que o time vem demonstrando, é algo dificílimo de se atingir, e pode ser o grande trunfo do Coxa neste Brasileirão.
Temos um goleiro que tem sido decisivo nos momentos importantes, um 10 que é simplesmente o melhor jogador do campeonato, um grupo que é capaz de suprir eventuais ausências e um técnico que, além de inteligente, não tem medo de atacar.
Podemos não ter um “dream team”, nem o orçamento que outros clubes têm para a formação de seu elenco... Mas dinheiro nenhum é capaz de comprar entrosamento, aplicação, raça e vontade de vencer.
Deivid já deu o recado!
Rodada a rodada o Coxa vai deixando de ser tratado como “surpresa”, para ser considerado o que de fato é: Um dos principais candidatos ao título de 2013.
O jogo foi o que se espera de duas grandes equipes: Aberto, com chances para os dois lados em uma acirrada disputa tática.
Apesar do estádio ser todo do adversário (mesmo com a boa presença da torcida Coxa na baixada santista), o Coritiba imprimia seu domínio desde o início do jogo, fazendo o melhor primeiro tempo da equipe até este momento no Brasileirão.
Porém, mesmo “mandando” no jogo, num erro de marcação da defesa, o atacante do santos recebeu sozinho na segunda trave e abriu o marcador. Situação que não mudou em nada a postura do Coxa, que manteve-se concentrado e não deixou de buscar o gol, que veio já no final da primeira etapa.
No segundo tempo, a história se repetiu: Mesmo melhor no jogo, mais uma vez a zaga perdeu-se na marcação individual e, numa cobrança de falta, levou o segundo gol.
Diferentemente do primeiro tempo (onde nada mudou na postura do time após o revés), desta vez o Coritiba sentiu o golpe, perdendo-se em campo e, durante dez minutos, sendo dominado pelo Santos, que só não decretou a primeira derrota do Coxa no campeonato, por conta da qualidade de Vanderlei.
Assim como se espera de Alex aquele toque decisivo na bola, Vanderlei mostrou que, quando necessário, está preparado para intervir. Neste domingo, segurou na suas luvas o mau momento do time em campo, deixando claro que, quando o conjunto não funciona, o Coritiba tem a qualidade individual necessária para manter sua toada.
Marquinhos Santos, na busca da vitória, colocou Everton Costa e Keirrison, abrindo mão da marcação de Bottinelli e mandando o time pro ataque.
Com a defensiva santista tendo que se ocupar de três avantes alviverdes, os espaços se abriram no meio, e, após linda tabela com Robinho, Alex igualou o placar, selando mais um importante resultado do Coxa fora do Couto Pereira.
É isso. Liderança mantida (apesar da igualdade em pontos com o Botafogo) e a possibilidade de novamente se isolar na ponta, com dois jogos consecutivos em casa.
Vitória e Ponte Preta são dois adversários de qualidade (principalmente o Vitória, que se mantém brigando no topo), que devem ser respeitados... Mas sem falsa modéstia: No Couto, com a maturidade (e qualidade) que o time vem demonstrando, aliado à força da torcida que está “jogando junto”, iremos em busca desses seis pontos e da nossa liderança isolada!
Nos desculpem os demais, mas esse ano temos um título pra buscar!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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