
Reflexões em Verde e Branco
Me desculpem... me desculpem por duas coisas:
Primeiro a ausência. Demorei pra escrever, porque após o desastroso resultado INJUSTO contra o Nacional (injusto porque merecia perder), preferi esperar mais uma rodada, para ver se formava uma opinião melhor, sem aquele calor da indignação.
Após, desculpas por contrariar o que muitos estão falando... mas explico!
Ouvi de muitas pessoas e li em muitos lugares a seguinte expressão (ou aproximadamente):
QUANDO NÃO DÁ NA TÉCNICA, TEM QUE SER NA RAÇA!
Em clara alusão à virada no apagar das luzes contra o pobre time do Arapongas.
Não!
Me desculpem (mais uma vez), mas não foi na raça!
Foi na técnica, foi no toque de bola, foi na chegada incisiva e consciente à linha de fundo, foi na jogada trabalhada, foi na organização tática!
E tudo isso graças à entrada do menino ZÉ RAFAEL!
Como excelentemente bem descreveu aqui no Coxanautas o blogueiro João Luiz Albuquerque em seu texto “pós jogo”, o time do Coritiba estava jogando em função do Alex, sendo o craque a única válvula de escape para a equipe (e para a pressão vinda em cima do técnico Marquinhos).
Bem lembrou Albuquerque de Osvaldo, o “carregador de pianos” do time de 89... aliás, usei esta mesma expressão para descrever o Robinho há algumas colunas atrás.
É verdade, o time precisa de jogadores assim. Jogadores que fazem o “trabalho duro”, para que os talentos possam desfilar e decidir as partidas.
Robinho vinha sendo essa figura. Reparem que a queda de produção do Robinho coincidiu com a queda de rendimento do time, sobrecarregando o Alex, escondendo o Rafinha e fazendo a criação do time entrar em parafuso.
Foi tentado Gil nesta função, mas apesar de voluntarioso e eficientíssimo na marcação, falta-lhe o cacoete de armador, desfalcando essa função fundamental para o conjunto.
Ontem, após a entrada do Zé Rafael, o time melhorou seu posicionamento (principalmente de meio de campo), tendo um jogador CAPACITADO para carregar o piano, deixando Alex e Rafinha soltos para DESFILAR seus talentos e decidir o jogo!
Até mesmo o contestadíssimo (e com razão) Arthur fez um clássico (e belo) gol de cabeça, mostrando bom posicionamento, porém, municiado por um BOM CRUZAMENTO!
Teorias de “problemas internos” à parte, foi possível ver no jogo de ontem que, com as peças certas e a escalação coerente, podemos afastar esse mau momento e voltar a jogar aquele futebol que, se não era sempre bonito, vinha sendo muito eficiente. Vai do Marquinhos prestigiar quem entra bem (como foi o caso do Zé Rafael) e escalar o time pra jogar coletivamente, não dependendo apenas do talento de Alex e Rafinha.
O time está mostrando apoio ao treinador... ta na hora do treinador mostrar apoio ao time, escalando com sabedoria, e poupando seus comandados dos apupos, através de um bom futebol, coletivo e convincente!
Ontem não foi na raça... foi no futebol, no conjunto, e na capacidade do Zé Rafael!
Que a “amostra” do segundo tempo do jogo de ontem, seja o norte para uma “base” e enfim possamos ver o trabalho se concretizando, com o fortalecimento do conjunto para as competições nacionais.
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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