
Reflexões em Verde e Branco
Inesperadamente, a notícia mais aguardada de toda a história do Couto Pereira, ao invés de se tornar motivo de orgulho e satisfação unânime da massa Coxa Branca, veio a ser objeto de reclamações e protestos.
O historicamente desejado fechamento do estádio Couto Pereira, hoje denominado (por conta da parceria financeira para viabilização da obra) Setor Pro Tork, está causando uma série de críticas por uma pequena parte da torcida, porém, no meu modo de ver e de pensar, sem uma concreta razão, ou, com uma razão um pouco egoísta e pessoal, com olhos somente voltados à vontade pessoal e não ao bem do clube como um todo.
Bom, boa parte das críticas (pra não dizer sua totalidade), está na parte dos sócios denominados “Sócios Mauá”, que terão seus lugares remanejados para a curva de fundos, porém, não sem antes terem a preferência para migrarem seus títulos para o novo setor.
Obviamente, os valores mais caros do setor será um impeditivo para a grande maioria, e essa é a razão cerne de toda a celeuma.
Sob o argumento de “direito adquirido” ou “desprestígio destes sócios pelo clube, em favor de uma elite mais abastada”, muitos dos sócios da reta da Mauá estão encabeçando protestos contra o próprio clube, porém, sem analisar alguns pontos importantes:
- O setor da Mauá, sempre foi um local de excelente visualização do jogo, e subutilizado pelo clube, que na pendência de uma finalização do estádio, nunca pôde utilizar aquele espaço devidamente. Basta ver que os sócios das Sociais (ou proprietários de cadeiras), têm a mesma visão dos torcedores da Mauá, mas pagam mensalidades que chegam ao dobro do valor;
- Os sócios que ali assistem hoje, não têm um direito adquirido, mas sim tiveram a oportunidade de ali usufruírem por um valor considerado baixo, enquanto não se finalizava aquele setor. A curva tem a mesma boa visão de quem acompanha na arquibancada, com o diferencial do conforto das cadeiras, algo condizente com o valor do plano de sócios, sem contar que aquela curva já faz parte do setor Mauá, porém, com pouca utilização. Como não há lugar marcado, não estará se trocando os sócios de setor, apenas restringindo a área de acesso;
- Não teria o menor cabimento implementar o setor, com cobertura e toda a melhoria de infra estrutura, sem um acréscimo no valor do plano associativo;
Tudo isso deve ser levado em consideração... mas algo ainda mais importante deve ser lembrado e ressaltado:
O novo Setor Pro Tork representará (segundo algumas reportagens sobre o assunto) um acréscimo de mais de 10 milhões anuais ao orçamento do clube!
UM ACRÉSCIMO DE MAIS DE 10 MILHÕES ANUAIS AO ORÇAMENTO DO CLUBE!
Sem melindres, sem egoísmo... nenhuma mudança que represente um aporte de mais de 10 milhões anuais ao caixa de um clube de futebol, além da valorização do próprio patrimônio (que a longo prazo representa ainda mais ativo à instituição), pode ser descartada, rejeitada ou combatida.
Se queremos um clube cada vez mais forte e brigando por títulos nacionais e internacionais, não podemos abrir mão da evolução e da profissionalização do futebol. Deixando de lado o debate sobre se é bom ou não o futebol mercantilista moderno (isso é assunto pra outra hora), o que importa é que o futebol hoje é um grande negócio, e quem não está inserido no contesto, simplesmente sucumbe.
Se a saída fosse construir um novo estádio, teríamos que seguir o Coritiba em sua nova casa (como já aconteceu). Se não tivéssemos condições de finalizar o Couto Pereira, teríamos que fazer das tripas coração para angariar ainda mais sócios, mesmo com a infra estrutura estagnada. Agora que temos a chance de elevarmos um setor diferenciado e que nos agregará muito valor, temos que deixar de lado nossas vaidades e seguirmos contribuindo para o engrandecimento do nosso clube.
No Direito, há um princípio que diz: "O bem comum está acima dos interesses particulares". Obviamente mostrando que o interesse coletivo sobrepõe ao individual, tendo o bem da coletividade como prioridade.
Se realmente nos definimos como uma Nação Alviverde, temos que agir como tal, porque há algo maior em tudo isso... maior do que eu, do que você, do que a minha vontade, do que o seu modo de entender... maior do que as pessoas, maior do que dirigentes e jogadores... e esse algo maior se chama CORITIBA!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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