
Reflexões em Verde e Branco
Pois é, depois do assalto a que fomos acometidos na última partida, fiquei refletindo sobre algumas coisas e adentrei num campo complicado de se lidar (principalmente para nós, Coxas Doidos).
Essa ascensão do Atlético no campeonato (hoje empatado em pontos com o Coxa), é realmente algo que nos faça remoer por dentro, ou é subsídio para que nos orgulhemos? E o Paraná Clube, que faz sua melhor campanha na série B dos últimos tempos, com reais chances de acesso?
A questão é que fiquei pensando muito no nosso provincianismo, na infinidade de “paranaenses” (sim, entre aspas mesmo, pois não merecem que se chamem assim) que abdicam do apoio à nossa terra, para fomentar essa palhaçada midiática que pudemos ver no último domingo.
Qual é a sua reação, amigo Coxa Branca, ao discutir futebol com alguém que chega e diz que é atleticano (ou paranista)? E se esse mesmo sujeito, ao chegar, diz que é Corinthiano?
Entende onde quero chegar?
Se a pessoa se diz atleticano, é óbvio que (dependendo do nível de intimidade) já começarão brincadeiras e provocações, numa conversa que, via de regra, tentará estabelecer quem é o melhor entre os dois, seja em retrospecto, seja no momento atual, seja na questão de torcida, seja no que for... E a conversa tem grandes chances de seguir para uma mesa de bar!
Se a pessoa se diz corinthiano, a primeira pergunta que se faz (pelo menos de minha parte) é a seguinte: “Mas meu amigo, de onde você é? De São Paulo?” – E se a pessoa diz que é daqui, encerra-se a conversa! O desprezo e a antipatia por alguém que cospe no prato que come impede até mesmo de prosseguir. Claro, a conversa pode ter outros rumos, MAS NÃO O FUTEBOL!
No começo desse ano, muitas discussões colocavam o futebol paranaense abaixo até do catarinense, sob a ótica que, enquanto o Estado do Paraná possuía apenas Coritiba e Atlético como times competitivos (e o Paraná como uma força menor), Santa Catarina tinha o Criciúma recém chegado à primeira divisão, Figueirense e Avaí em mesmo nível, além da excelente Chapecoense, somando pelo menos 4 times em patamar de disputa, viabilizando um campeonato regional muito mais competitivo, forte e interessante.
Em alguns aspectos sou obrigado a concordar... Mas em outros não, mesmo porque, só a força e o histórico de Coritiba e Atlético suplantam todos os 4 times ditos fortes de Santa Catarina.
Perceberam, novamente somos obrigados a citar Coxa e Atlético juntos.
Como coloquei no título do texto, o sentimento paranista (no sentido do ufanismo estadual, não na torcida ao time da Vila) é algo inerente a nós, mas que muitas vezes é freado pela rivalidade. A bem da verdade, tudo é uma grande contradição que o futebol nos impõe.
Se me perguntarem hoje, iria dizer com todas as letras que torço pro Botafogo ganhar do Atlético na próxima partida e disparar na liderança, mesmo que isso não seja nada bom para o interesse do Coxa em alcançar a ponta... Mas com a cabeça no travesseiro (e sabendo de tudo o que envolve os interesses midiáticos por trás do futebol), não deixa de ser gostosa a sensação de ver os dois times paranaenses ali incomodando os ditos “grandes” (que de grande só têm o privilégio da imprensa e as dívidas).
Nada que mude nosso sentimento de rivalidade, como falei... Mas entre contradições e paixões, deixa a gente com a nossa briga aqui, E O BRASIL QUE NOS RESPEITE!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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