
Reflexões em Verde e Branco
Não estou lá dentro e não sei mais do que qualquer torcedor curioso e interessado sabe. Mas não é segredo que um clube do tamanho do Coritiba Foot Ball Club, integrante da elite do futebol nacional, escalonado minimamente entre as instituições de médio porte brasileiras (considerando como grandes os times com receitas no patamar de Corínthians, Flamengo, Cruzeiro e etc) e maior time do Estado do Paraná, NECESSITA de um orçamento anual próximo dos R$ 100.000.000,00. Isto mesmo, cem milhões de reais anuais.
Lógico, isso se quisermos que, ao menos, o clube mantenha-se neste nível. Afinal, se o objetivo é elevar-se a alçar vôos mais altos, este esboço de orçamento precisa não apenas ser implementado de alguma forma, mas equalizado entre dívidas novas e remanescentes, contratempos e mudanças do quadro econômico.
O colocado acima são fatos, incontestes, e que vêm de encontro com o que penso e venho expondo há algum tempo.
Gerir um clube do tamanho do Coxa e mantê-lo no patamar que está, é algo extremamente complexo, complicado e que às vezes não é sequer lógico
Vejam, falamos em algo próximo a R$ 100.000.000,00 apenas a título de manutenção, o que mostra que aqueles que diziam que precisávamos de um quadro com pelo menos 50.000 sócios, sempre tiveram razão. Afinal, um montante associativo desta magnitude, consegue fomentar o aporte necessário para o clube elevar-se do ponto de mera “sustentação”, para aquele de autossuficiência e progressão.
Se não temos essa resposta da torcida (e os números mostram que dificilmente teremos), a diretoria (e aí eu digo “qualquer diretoria”, não apenas a atual gestão) tem que "rebolar" e trabalhar em cima de engenharias contábeis capaz de fazer o time "viver"!
É adiantamento de quotas de TV, é parcerias com patrocinadores, é permutas de pagamentos de atletas... E aí entra até a questão da contradição entre os Direitos de Imagem (devidos ou não) e a integralidade destas verbas aos salários. É, efetivamente, uma engenharia contábil.
O problema que isso é tão “no fio da navalha", que é facílimo estourar. Como estourou!
Tenho plena convicção que este atual grupo diretivo, que sempre se pautou na austeridade administrativa (e que mostrou os resultados disso nos 4 primeiros anos de gestão), tentou dar um "pulo do gato" em 2013, com contratações de maior risco (leia-se caras), apostando nos frutos de uma conquista de porte ou mesmo uma classificação à Copa Libertadores.... Mas infelizmente, nada disso veio!
Escrevi já ano passado sobre esta visão, sobre "a aposta"....
Não vejo má fé nisso tudo... Um tiro errado talvez...
O cerne agora não está no “leite derramado”, mas exatamente na questão de, quem pode efetivamente auxiliar, ao invés de o fazer, usa esse fático "erro estratégico" (no meu ver uma aposta que poderia ter dado certo) para se vangloriar e tripudiar!
Não tenho intenção de encobrir os equívocos de Vilson Ribeiro de Andrade, mas não me amedronto de pôr a mão no fogo pela sua boa fé. Ninguém é "formado" em “presidência futebolística”! Por mais que a pessoa tenha capacidade (e Vilson a tem), gerir um clube de futebol é algo acima do complexo.
O problema é que, as pessoas que poderiam (deveriam) contribuir nesse momento de crise (e digo conselho, apoiadores e pessoas influentes), ao invés de ajudar, fazem questão de ”jogar querosene”, com prazer declarado em ver o circo pegar fogo! Seja pra dizer "eu não falei?", ou mesmo pra puxar o tapete por pura birra e mágoa pessoal.
É gente que empresaria jogador querendo ter mais influência, é gente vaidosa buscando insuflar o próprio ego, é gente magoada querendo revanchismo... Esse é o "quadro político alviverde"... Esse é o panorama padrão em momentos turbulentos (e novamente me refiro a “qualquer diretoria”, não apenas a atual) dentro do Coritiba.
E enquanto isso, na base do "quanto pior melhor", esse povo vai comemorando a pseudo prova de "ter razão", enquanto o clube afunda!
Se um cara que é advogado e ex CEO de uma empresa do naipe do HSBC, não serve como baliza pra administrar o Coxa, quem servirá? Algum empresário de jogador? Algum alpinista político? Algum ex presidente que já mostrou incapacidade? Algum conselheiro que tem mágoa do próprio clube?
Esse ano tem eleição, e isso explica muita coisa... Resta-nos saber separar o que é real do que é pura politicagem! E antes que digam que isso é uma defesa do atual Presidente, saliento o fato dele próprio dizer que este é seu último ano, portanto, não concorrerá novamente ao pleito.
Isso é uma defesa... Sim! Um defesa do Coritiba, contra uma corja autofagista que há anos definha o clube, mascarando-se de paladinos da moral, mas que, em verdade, buscam seus próprios interesses.
Nós, sócios, temos o poder do voto... E não seremos manipulados!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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