
Reflexões em Verde e Branco
E eis que em jogada de Bill e conclusão de Julio César, vencemos a partida e levamos a disputa da vaga para as penalidades, onde Vanderlei fez 3 defesas e garantiu a primeira passagem do Coxa para a fase internacional da Sulamericana em toda sua história.
Creio que a frase acima, se fosse dita antes da partida de ontem, alvoroçaria muita gente que me chamaria de louco, de excessivamente otimista e de vários outros “elogios”, da mesma forma como fui taxado quando escrevi o seguinte, após o jogo de ida em Salvador:
“Mas Vanderlei sabe dos ossos de seu ofício e da ingratidão da sua posição. O jogo da volta vai tornar essa falha pontual tão insignificante quanto foi o gol tomado na final do Campeonato Paranaense.
O resultado não foi de todo ruim. Apesar das falhas já apontadas, o crescimento do Arthur e a excelente estréia de Vitor Jr, dão a esperança de que temos as ferramentas necessárias para corrigir as deficiências e manter o rumo nos nossos objetivos. “
Mais uma vez não errei em acreditar...
A questão mais importante é que, independentemente de qualquer coisa, o Coxa conseguiu uma vitória NECESSÁRIA para seu momento, pois quebra uma série de partidas sem êxito, afasta a má fase, retoma a confiança do grupo e mostra, pra todos que ainda estavam duvidando, que, apesar da queda de rendimento, o grupo não saiu dos trilhos e mantém vivos seus objetivos.
Ainda nos ressentimos da qualidade de alguns titulares, mas nem por isso deixamos de ter o prazer de ver o time se entregar em campo, com todos os jogadores dando o máximo para a conquista desta vaga.
Vitor Jr mostrou que a diretoria acertou em cheio na sua contratação. Tem as características de drible e velocidade de seu antecessor Rafinha, mas possui uma capacidade de arremate e uma visão de jogo que podem superar as do ídolo Alviverde recém expatriado. Obrigado a jogar na criação (por conta da ausência de armadores de ofício), o jogador não se fez de rogado, municiou os atacantes e, apesar de alguns erros de passe e visível desentrosamento, comprovou sua qualidade e inteligência para se adaptar numa função tão importante quanto a armação de jogadas.
Geraldo retornou do DM e foi muito bem nas jogadas de ponta, porém, a dupla Bill e Julio Cesar, roubou os holofotes. Não pela exuberância da atuação em si (que em muitos momentos foi até burocrática), mas pelo fato da evolução técnica mostrada e por ter saído de seus pés o gol da vitória Coxa Branca.
Aliás, o gol deixou claro muita coisa. Após a vibração de Julio César dentro da meta (que chutava e chutava a bola com raiva contra as redes), como que atendendo a um chamado, apontou para os jogadores que estavam se aquecendo atrás da linha de fundo e foi até lá para comemorar com todos os suplentes, deixando clara a união deste grupo e o engajamento de todos em torno do mesmo objetivo.
Com o acúmulo de lesões no departamento médico, muito se especulou, com alguns incosequentes inclusive lançando boatos sobre um possível motim de jogadores, que por conta de questões salariais, estariam se amontoando no Departamento Médico.
A comemoração de todos, somado à descida de Alex ao gramado para vibrar junto com os companheiros após a classificação, mostra que o Coritiba está acima de qualquer boato... Que o trabalho segue sendo feito alheio a esses poucos que insistem em desestabilizar e desacreditar.
Marquinhos Santos, que voltou a ser contestado (basta uma série de maus resultados para alguns fazerem “terra arrasada” e começarem a “caça às bruxas” de sempre), ontem mostrou ao Caio Jr (um dos “grandes” técnicos do Brasil) sua capacidade de leitura de jogo, alternando peças sem fazer alterações na equipe no retorno do intervalo, dando um nó tático e vencendo a partida. Isso é prova de capacidade, isso é prova de que entende do riscado, isso é prova que tem o time na mão!
A zaga firme, Urso e Gil perfeitos no desarme e os laterais (Victor Ferraz e Diogo) apoiando com muita qualidade... O resultado foi uma excelente partida (principalmente no segundo tempo), a vitória no tempo normal e a classificação nas cobranças de pênalti.
Aqui, uma última menção: Vanderlei.
Contestado que foi após a falha em Salvador, Vanderlei simplesmente foi um monstro na partida de ontem. Seguro durante todo o jogo e precisamente técnico nas cobranças de penalidades máximas.
Defendeu nada menos do que três pênaltis, um deles do badalado Maxi Biancutti, sendo, sem sombra de dúvidas, o grande herói da noite.
xxx
Agora é hora de “mudar a chave” e pensar na sequência do Brasileirão. Teremos possivelmente os retornos de Alex e Lincoln, retomando aos poucos a força desse time e recuperando nossa liderança perdida neste momento de instabilidade.
Futebol é como um gráfico, estamos saindo da nossa curva descendente e nos preparando para a próxima ascendente. Do mesmo jeito que passamos por um ápice de desgaste físico, outros times também passarão... Esse será o nosso momento de recuperar as posições perdidas e seguir rumo ao título.
Eu nunca deixei de acreditar... E nunca deixarei!
E você?
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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