Reflexões em Verde e Branco
Começo a coluna de hoje citando trecho do meu próprio último texto. É que a cada rodada, essa frase faz mais e mais sentido: “(sobre Raphael Lucas) ...Hora de tirar aquele contrato da gaveta e analisar com carinho as cláusulas, principalmente as rescisórias.”
Acrescento apenas que torço (e torço muito) para que os “bastidores alviverdes” já não tenham se antenado a isso antes de nós ou mesmo da Presidência. Porque sabe como é, pula pra cá, pula pra lá, e os mesmos estão lá, fazendo as “mesmices” de sempre.
O Paranaense segue... E destarte algumas críticas quanto ao fato do Coritiba não estar jogando um futebol vistoso, a verdade é que, para um início de temporada (com muito a se testar, evoluir, equilibrar e implantar), três vitórias em três jogos (e aí colocando o Maringá e o Operário no cômputo) é uma boa e alvissareira marca!
Claro que, da mesma forma que não podemos “endeusar” os pontos positivos, também não é hora para “demonizar” os pontos negativos. Tudo ainda está sob o “condão do início de trabalho”.
Por isso mesmo, estou (neste momento) me abstendo a fazer alguma análise técnica. À exceção de Raphael Lucas (que tem se destacado, e muito), todos os outros ainda precisam de um melhor trabalho e regularidade. E digo isso não apenas dos que estão correspondendo de momento (como é o caso de Vaná e Alan Santos), mas daqueles que ainda não renderam o suficiente (como é o caso de Pedro Ken, principalmente).
Vamos com calma que o ano é extenso! Nem ao céu, nem ao inferno... Alguns iniciando bem, outros nem tanto, alguns se destacando, outros ainda com desempenho modesto... “Noves fora” o começo de temporada e falta de padrão, o resultado final é que estamos invictos, melhorando jogo a jogo e iniciando o ano de uma forma consistente.
O trabalho deve continuar, e não só dentro do campo!
Me espantei com o jogo ruim entre Atlético e Paraná. Tudo bem que o gramado da prefeitura parecia um charco e a “drenagem padrão Fifa” não deu conta do equivalente a 1/3 da água que caiu no Couto Pereira minutos antes da partida da última quarta, mas o futebol apresentado, principalmente pelo Paraná, foi amedrontador (foi o melhor adjetivo que achei).
Atlético tem ainda a “desculpa” (sim, desculpa) de jogar com um time jovem... Mas o Paraná escancara um momento bem exemplificado no choro de seu gerente de futebol ao final da partida.
Marcus Vinícius foi aos prantos ao lembrar dos funcionários que não têm comida em casa e dos momentos onde tirou dinheiro do próprio bolso para ajudar o clube. Ao final do desabafo, clamou por união dos paranistas temendo pelo fim do clube no ano de 2015.
Se me perguntarem se acho isso bom ou ruim, sinceramente não sei. E não digo pelo lado da rivalidade, mas sim pelo fato de imaginar que uma cidade do tamanho de Curitiba não comporte 3 times de alto escalão.
Há quem diga que não comporta sequer 2...
O que me chama a atenção é ver o Paraná, que surgiu com um dos maiores patrimônios do futebol brasileiro, estar hoje minguando.
Fica claro que a má gestão (pra não tocar em assuntos como corrupção, apropriação e conflito de interesses) pode sim terminar com uma fonte “aparentemente” inesgotável, como é o caso de um clube de futebol.
Se é preciso repensar o esporte no Brasil, nosso co-irmão no mostra, aqui na vizinhança, como o fundo do poço é próximo. Basta que interesses alheios sejam colocados à frente dos interesses do próprio clube, ou que a gestão atenda àquilo que grupos busquem, não àquilo que a torcida almeje.
É triste, de fato... Mas serve como alerta!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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