
Reflexões em Verde e Branco
Ruim, não... Está péssimo!
A seleção brasileira escancara alguns problemas que eram temidos anteriormente, mas que ficaram esquecidos por conta da boa imagem deixada com o título da Copa das Confederações no ano passado.
Se a convocação chegava perto de uma unanimidade antes do início do mundial, agora é possível perceber erros crassos na sua formação.
O time de Felipão foi montado sem nenhum meia de criação. Sem nenhum “10” de verdade. Volantes, ou meia atacantes, formam o setor de armação. O resultado disso é o que temos visto em todas as partidas: Uma equipe sem nenhuma jogada de inteligência, ligando a bola direto da zaga para o ataque, e dependendo de lampejos de Neymar para que algo produtivo aconteça.
Luiz Gustavo (que vem bem) está suspenso para a próxima partida... Felipão não convocou nenhum outro primeiro volante. Terá que improvisar provavelmente Henrique (zagueiro) na posição, ou Paulinho (segundo volante).
É um time sem alternativas. Reflexo da metodologia antiquada e já ultrapassada de seu treinador, que prefere apegar-se a aspectos emocionais do que efetivamente trabalhar em torno de variações táticas e mudanças de jogo.
O reflexo disso ficou escancarado após a sofrida e sortuda vitória nos pênaltis sobre o Chile: Atletas extenuados psicologicamente, que, jogando só na vontade e/ou na pressão emocional, desmoronaram em choros compulsivos, como que externando seus limites mentais.
O Capitão, Thiago Silva, aquele que deveria chamar a responsabilidade do grupo e ter liderança perante seus pares, abatido, pediu pra não bater as penalidades.
Detalhe: Ainda eram as oitavas de final.
Enquanto isso, joga-se toda a responsabilidade em cima de Fred, que isolado na frente, se vê impossibilitado de jogar, ante a deficientíssima criação da equipe.
Ainda há esperanças... E muitas! Esta Copa está nivelada. Grandes (como Itália, Espanha, Portugual ou Inglaterra) já foram para casa, outros (como Alemanha, França ou Holanda) passaram até aqui há duras penas.
Mas para se manterem vivas as esperanças, é preciso que o Brasil evolua, e que seu técnico perceba os problemas de forma mais pragmática e menos sentimental.
Se o meio é nulo, espera-se que as laterais de campo assumam a responsabilidade de levar o time à frente (Fred deve sonhar com isso), mas nem Marcelo, muito menos Daniel Alves estão jogando um futebol digno de seleção (qualquer seleção, não cito nem a brasileira). Maicon e Maxwell seria um choque de realidade necessário a esse time e a esses titulares que parecem acomodados em suas posições.
Só Fernandinho como segundo volante, é pouco pra fazer o time criar (ainda mais quando Neymar é marcado). Mesmo sem ter levado um armador de ofício, é possível que William (que também é segundo volante, mas tem habilidade e qualidade para atuar na área de criatividade) jogue por ali, fazendo dupla com Fernandinho e finalmente dando alternativas para sair com essa bola dominada lá de trás.
Com Neymar sendo frequentemente muito marcado, Bernard no lugar de Hulk seria uma excelente alternativa de escape. Reparem que, na última partida, Hulk tentou exatamente essa função (de carregar a bola, driblar e tentar o chute), mas obviamente não é o jogador ideal para isso.
Mesmo com todos os problemas apontados, vê-se que nosso selecionado possui ainda meios plausíveis para um crescimento. Somando-se às modestas apresentações dos demais ditos “grandes”, o sonho do hexa continua bem vivo.
Ainda...
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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