
Reflexões em Verde e Branco
Levantei esse tema lá atrás, após a bela partida em que o Coritiba apenas empatou em casa com o Fantasma de Ponta Grossa, pelo Campeonato Paranaense. Naquela partida, o time esteve bem, envolveu o adversário, perdeu gols e acabou castigado no final em um lance isolado do time visitante.
Após aquela partida, muitos ergueram suas foices, cajados e tochas, caçando bruxas por todos os lados e decretando a derrocada oficial do time: “Um time que não consegue ganhar do Operário em casa, não vai conseguir ir longe no campeonato... o que dirá no Brasileiro que está por vir!".
O problema é que aquela análise foi feita em cima meramente do resultado, ignorando que, por mais frágil que o adversário fosse, o Coxa tinha jogado um bom futebol, criado chances, e alimentado a esperança de que o time estava no caminho certo! Infelizmente não havia sido uma tarde feliz para o ataque, mas esse imponderável (que é o que dá graça ao esporte) não fora levado em consideração.
Mal sabiam os “engenheiros de obra pronta” (aqueles que analisam somente o resultado) que, logo no jogo seguinte, o Coritiba viria a vencer, fora de casa (e com o time bem desfalcado), a equipe do J. Malucelli, àquela altura, um dos postulantes ao título do turno.
Novamente, a história se repete. O Coritiba, desfalcado de importantes jogadores, faz uma belíssima partida em pleno Mineirão, contra a fortíssima equipe do Cruzeiro, mas sai derrotado por 1 a 0... E novamente, as críticas e caça às bruxas tomam conta do cenário, pautando-se no mero resultado, ignorando-se o que foi o jogo como um todo.
O Coritiba, é verdade, mais uma vez falhou na atenção à marcação, levando um gol inesperado, num momento onde dominava a partida dentro da casa do adversário. Mas também mais uma vez, não baixou a cabeça e manteve-se na luta pelo seu objetivo, não sentido a pressão da arquibancada e acuando o time local em seus próprios domínios.
Infelizmente, não era um sábado de sorte. Como se não bastassem os sabidos desfalques, o centro avante Bill ainda se contundiu, assim como o suplente Keirrison, comprometendo muito o poderio de fogo do time. Mesmo assim, o Coxa colocou uma bola na trave em gol quase certo, teve um pênalti não marcado em Arthur, além de todo o domínio no campo do adversário (principalmente no primeiro tempo), situações que, com um pouco de justiça, teriam feito o Verdão sair com, no mínimo, um empate.
Portanto, da mesma forma como aconteceu ainda no Paranaense (guardadas as devidas proporções), o Coritiba obteve sim um mau resultado, mas de forma alguma tolheu as esperanças de seu torcedor na busca pelo título deste ano. Mostrou que, acima de qualquer resultado, tem um elenco forte e capaz de suprir as ausências, além de um esquema tático conciso e bem treinado, que mantém o time jogando “do seu jeito” em qualquer estádio e contra qualquer adversário.
A primeira derrota veio só na 11ª rodada, mantemo-nos entre os quatro classificados à Libertadores e a apenas 3 pontos da liderança. A se continuar essa média de desempenho, nada menos do que o Título Brasileiro nos aguarda em dezembro!
Só para finalizar, gostaria de ressaltar algo que me deixou muito feliz ao final da partida: Robinho, ainda no calor do jogo, disse à repórter Nadja Mauad, em outras palavras, que o resultado foi uma pena, que o Coritiba merecia melhor sorte, mas que ele assumia a responsabilidade de não ter acompanhado o avante cruzeirense no lance do gol.
Belíssima atitude do Robinho, não apenas por ter a hombridade de assumir algo que considera responsabilidade sua (saindo do discurso normal do “todos erramos”), mas também por deixar a vaidade de lado e apontar o equivoco que nos custou a vitória.
Com certeza fica mais fácil corrigir os erros quando estes são detectados, expostos e assumidos.
O Coritiba está no caminho certo... Podem apostar!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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