
Reflexões em Verde e Branco
Perdemos a classificação na Copa do Brasil. Apesar de doído, já era esperado... não porque o Coxa não tivesse forças pra reverter (tem, e tinha, vou escrever sobre isso), mas porque jogar com a pressão de TER QUE GOLEAR é algo que o time ainda não consegue (como bem disse o Alex sobre a “fraqueza mental” que esse elenco ainda tem).
Óbvio que todos nós queríamos a classificação... óbvio que todos nós acreditávamos que era possível (mesmo com as limitações que sabemos)... mas futebol é isso aí: Já vínhamos de um jogo atípico lá no Amazonas e ontem não foi diferente.
Deixando de lado as críticas destrutivas e recorrentes (os “fora esse”, “fora aquele”...), o jogo de ontem não foi tão ruim quanto estou vendo pintado por aí.
O técnico Marquinhos Santos escalou bem o time, colocando Geraldo (que inclusive fez seu gol, e vem fazendo em todo jogo) no lugar do Rafinha suspenso. Apesar de Rafinha ser um jogador mais completo, Geraldo é rápido e “atrevido”, características que muito bem suplantam a ausência de Rafinha por aquele setor.
Pereira na zaga no lugar de Chico era previsível, e não comprometeu em nada durante o jogo.
Denis é hoje nosso melhor lateral esquerdo. Como as improvisações do Patrick por aquele lado pararam de surtir efeito, era natural que Denis voltasse por ali após tratada sua contusão.
Deivid na frente, Alex e Robinho na meia, Gil e Urso na frente da área, Victor Ferraz adnoado da lateral direita e Leandro Almeida completando a defesa... era a melhor escalação que o Coxa tinha para o jogo de ontem.
O jogo:
Logo de início, Geraldo cabeceou para fora uma bola com reais chances de gol. Mesmo com o tento perdido, o time não se abateu, e continuou mostrando um bom futebol, com toques de bola rápidos e precisos, e melhor, lateralizando bem o jogo (coisa que estava faltando nas últimas partidas).
Neste diapasão (e jogando contra a catimba do Nacional) chegou à abertura do placar, novamente com Geraldo, em excelente tabela, com direito a “um/dois” por baixo e por cima.
Não demorou muito, e o Coxa ainda acertou o travessão numa cabeçada quase na pequena área. O segundo gol estava maduro!
Na etapa complementar, o técnico Marquinhos Santos fez boa substituição, trocando um segundo volante (Gil), por um meia ofensivo (Zé Rafael), que logo nos primeiros instantes, teve uma bola na entrada da área, de frente para o goleiro do Nacional, mas que concluiu caprichosamente para fora.
Era o terceiro lance CLARO de gol perdido!
O time continuou pressionando e, no momento crucial da partida, o craque Alex (o jogador de melhor qualidade do time) escorregou na cobrança de um pênalti e perdeu mais um gol certo.
Dali pra frente o time visivelmente se abateu e perdeu-se taticamente.... correndo contra o relógio e no afã de marcar, as jogadas já não funcionavam direito e os jovens (como o Bartola, que tinha entrado no jogo para dar mais velocidade) sentiram a pressão e não conseguiram desempenhar seu bom futebol.
Como se pode observar, pra um jogo tenso e de OBRIGAÇÃO de golear, o time se portou bem... e “se” tivesse marcado ao menos o gol de pênalti, é previsível que a pressão seria intensa e dificilmente o Nacional escaparia de levar o terceiro.
É claro que o “se” não joga... e por isso mesmo o futebol é emocionante. Mas não considerar que o Coxa teve o pênalti assinalado, além de pelo menos duas chances claríssimas de gol desperdiçadas, é encobrir a realidade do jogo.
Tanto pelo futebol apresentado, como pela escalação e substituições, o Coxa tinha sim chances de passar de fase. Criou e jogou pra isso. Mas no detalhe, no gol perdido, no escorregão do craque no momento da cobrança, acabou sucumbindo.
Bom... hora de levantar, sacudir a poeira, seguir trabalhando e focar no que nos espera. Domingo tem a estréia no Brasileiro e, por mais contraditório que pareça, essa desclassificação precoce na Copa do Brasil, pode nos ter aberto a melhor porta para esse ano: A SULAMERICANA!
Com a Copa do Brasil se estendendo pelo ano todo e com todos os time do “eixo” participando, a Copa Sulamericana pode ser a grande chance do Coxa conseguir a tão esperada vaga da Libertadores da América, além de almejar possibilidades reais de um inédito título internacional.
Dos limões, fazer uma limonada.... e quem disse que não pode ser melhor do que o esperado?
E domingo estaremos lá, cantando, vibrando, torcendo... porque independentemente de qualquer coisa, de qualquer um, de momento ou resultado, quem estará em campo é o meu Coritiba, e eu tenho a obrigação de estar junto, apoiando. Porque a alegria de ser Coxa Branca e poder ser parte do meu time, é muito maior do que qualquer resultado!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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