
Reflexões em Verde e Branco
Segundo jogo pelo Paranaense, segundo jogo fora de casa, segundo jogo contra um bom adversário (dentro da limitação técnica do Campeonato Estadual).
De uma derrota apresentando um futebol pragmático e pouco inspirado, o Coxa, desta vez, conseguiu um empate, jogando de forma mais objetiva, e mostrando uma sensível melhora em relação à partida inaugural.
Se naquele primeiro jogo o time se preocupou demais em marcar e isolou Keirrison à frente (com quase nenhuma aproximação do time), na partida de ontem as coisas começaram bem diferentes.
Maykinho, no lugar de Zé Rafael, deu velocidade ao time, aproximando armação e ataque, municiando muito mais Keirrison do que no jogo contra o Maringá. Dudu no meio, apesar de apagado, também foi mais produtivo do que Thiago Primão. O resultado disso foi um time muito mais “alegre”, dinâmico, e que, em boa parte do primeiro tempo, criou algumas chances reais de gol, não concretizadas apenas por intervenções belíssimas do goleiro do Arapongas.
Infelizmente a vitória não veio, mas desta vez isento os “garotos” da culpa. Ao meu ver, o ímpeto mostrado no primeiro tempo foi freado no segundo por conta de um equívoco do treinador Zé Carlos.
Com a contusão de Maikon, o técnico preferiu a entrada de Zé Rafael ao invés de Bartola, fazendo o time recuar e, assim como ocorreu em Maringá, isolar Keirrison na frente, prejudicando muito as jogadas de ataque. Anderson Costa (Bartola) seria um jogador muito mais parecido com Maikinho (que saiu contundido), pois tem velocidade e busca o ataque.
Já ao final, na tentativa de arrumar, Zé Carlos tirou Keirrison para a entrada de Raphael Lucas. Um “seis por meia dúzia” que pouco mudou na postura do time, que permaneceu com seus compartimentos estanques e sem ligação.
Enfim, o que se pode tirar deste jogo é que houve uma melhora significativa, seja na postura dos atletas, seja na forma de jogar. Apesar dos equívocos, todos estão num crescente (inclusive o técnico), e mostram que este time de meninos ainda pode render bons frutos.
Me preocupa (como já alertei há algumas colunas atrás) a postura de Djair, Zé Rafael e Thiago Primão. Primão nem no banco figurou e Djair continuou a mostrar um futebol apático e com muitos erros de passe, assim como Zé Rafael, que entrou no decorrer da partida e pouco fez para mudar o panorama do jogo.
Neste time “b” que está disputando o início do Paranaense, ninguém está sendo cobrado por resultados, mas o mínimo que se espera ver é empenho e vontade de mostrar que tem qualidade para estar num clube da envergadura do Coritiba.
Enquanto esses, de quem muito se esperava, ainda não conseguiram deslanchar, outros menos alardeados, vão ganhando confiança e mostrando que podem ser muito úteis ao time principal.
O goleiro William Menezes (que não é Junior, mas não era conhecido da torcida), o lateral Rhuan e o atacante Maykinho, estão surpreendendo e fazendo jus à chance que estão tendo nestas cinco partidas.
Maikon entrou no decorrer do primeiro jogo, fez o gol de empate e, apesar da derrota do time, foi um dos destaques da partida.
Rhuan começou bem o primeiro jogo, mas depois do cartão amarelo se apagou um pouco. Já contra o Arapongas, foi ousado e puxou o time pelo lado direito do campo, mostrando muita habilidade e velocidade.
William Menezes está sendo o principal jogador da equipe. Seguro, com boa saída de gol e reflexo apurado, mostra que o clube está bem servido de goleiros.
Domingo é o primeiro jogo em casa, e essa “piazada” já vai encarar um clássico pela frente.
Por parte do time, é hora de manter esse crescente, continuar adequando as peças e cobrar um pouco dos que ainda estão devendo. A chance de mostrar qualidade é agora.
Por parte da torcida, é hora de matar as saudades de ver o Coxa jogar e, acima de tudo, ter muita paciência e respeito por esse jovem time que estará em campo.
Com toda a certeza do mundo, todo o incentivo e aplauso vindo das arquibancadas serão revertidos em empenho dentro do gramado... E seja qual for o resultado, o que esse time merece é apoio, pois, apesar da chance que estão tendo, não é pouca a responsabilidade de envergar a gloriosa camisa alviverde, defendendo uma hegemonia estadual.
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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