
Reflexões em Verde e Branco
Devagar com o andor... O time que nos enchia de esperanças há uma rodada atrás, não pode nos permear de preocupações por causa de uma só partida. É verdade que o jogo não foi bom e o resultado pior ainda, mas esse 1 a zero para o Sport, no Couto, traz algumas lições e não apaga a evolução da equipe.
Primeiro de tudo: Alex não substitui Robinho.
Vamos deixar alguns paradigmas de lado. Alex é craque, mas nem só de craques vive uma equipe.
Como escrevi anteriormente, pra mim a dupla de meio vai ser Robinho e Alex, mas jamais um pode ocupar o lugar do outro. A ausência de Robinho foi muito sentida (assim como já ocorria ano passado). O Coritiba não tem (e já não tinha ano passado) nenhum jogador com a característica de marcação e condução de bola do Robinho. Suas ausências são sempre muito sentidas, mais até do que as de Alex.
Outra: Alex estava fora de ritmo.
Sim, vinha de um tempo fora dos gramados, e isso é sentido. É normal. Por isso a opção de Celso Roth por sua substituição (acertada, no meu ver).
“Ahhh, mas Alex em uma bola decide o jogo!”
Não é bem assim. Ritmo de jogo faz toda a diferença... E Alex teve essa “uma bola” e não fez.
Alex precisa de sequência, como todo jogador. Mais ainda, a dupla Alex e Robinho precisa de sequência.
Não podemos simplesmente esquecer que esse time está “em formação”. Não necessariamente de peças, mas de estilo de jogo e afirmação. O Técnico tem ainda poucas partidas e esta, especificamente, foi a primeira onde um futebol abaixo do esperado foi demonstrado.
Muitos falam na falta de um atacante finalizador. Eu, na verdade, não creio que seja a maior necessidade.
O time pode muito bem jogar sem uma referência, desde que o meio dê o dinamismo e a inteligência necessária para municiar o ataque em jogadas rápidas (escrevi isso nas últimas colunas).
Nosso maior problema é a falta de substitutos para Alex e, principalmente, Robinho.
O Coritiba precisa, urgentemente, buscar peças para esse meio, uma vez que o Campeonato é longo e as contusões costumam nos assombrar.
Mesmo contestados, Lincoln e Bottinelli eram essas peças, que hoje, sequer temos. Acho que o foco das buscas deve passar pelo meio de campo, muito antes de se chegar ao ataque.
Jogador de time de primeira divisão nacional deve, no mínimo, ter seus fundamentos bem definidos. Se é um fora de série ou um “pereba”, a qualidade pessoal vai diferenciar, mas os fundamentos devem, minimamente, estar presentes.
Um zagueiro tem que, no mínimo, saber marcar. Um lateral precisa ter noção de marcação e bom cruzamento. De um meia espera-se visão de jogo, assim como de um atacante espera-se boa finalização.
Por que estou dizendo isso?
Porque aquela bola rebatida pelo Vanderlei, pro meio da área, é fundamento da posição de goleiro.
“Se vê que não vai conseguir segurar, rebate essa bola pra fora!” – Lembro do professor lá na escolhinha do Thalia, quando eu ainda tinha meus 7, 8 anos...
Vejo que está na hora de repensar essa posição no Coritiba. Willian Menezes foi muito bem na primeira parte do ano, Vaná está na suplência direta... É hora de uma atitude, antes que tenhamos um novo Edson Bastos, que de herói, saiu injustiçado como vilão.
Está aí. Sem pânico, mas com alguns alertas e lições.
Temos uma comissão técnica de respeito, que me dá a segurança de que a leitura será feita e as atitudes tomadas.
A semana será cheia para treinarmos e encararmos a pedreira do Cruzeiro fora de casa. Um bom momento para provar que não descarrilamos, simplesmente tropeçamos.
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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