
Reflexões em Verde e Branco
Há muito tempo aprendi uma coisa: O futebol é cíclico e vive de momentos. Como numa roda gigante, algumas vezes estamos em alta (enquanto rivais se mantém lá em baixo), assim como em outras vezes somos nós que amargamos a parte de baixo do ciclo!
Quando o momento é bom, a bola “espirrada” se torna chance de gol... Ou até mesmo o pênalti perdido acaba entrando no rebote.
Mas nada vem de graça!
O Coritiba iniciou o ano com uma meta pré estabelecida e criteriosamente colocada em prática: Os meninos iniciariam o Paranaense e teriam a chance de mostrar seu futebol com tempo para desenvolver e “encaixar”, assim como o time tido “titular” faria uma pré temporada ideal, com o prazo correto de preparação e carga individualizada de trabalhos, afim de preparar o grupo da melhor maneira para o calendário do ano.
Reforços pontuais foram chegando do lado de lá, a garotada pôde trabalhar independentemente dos resultados de campo (não que não tivesse havido pressão, mas tudo dentro da normalidade e da capacidade de “absorção” desse time mais jovem) do lado de cá... E a curva ascendente começou a surgir.
No Paranaense, o time “B” do Coxa começou perdendo, apesar de não ter feito uma má apresentação (toleremos o fato de ter sido a primeira partida do ano, um calor escaldante ou um adversário de bom nível dentro de seus domínios). Aprimorou-se e, numa melhor apresentação empatou a segunda partida ainda jogando fora de casa.
O terceiro jogo era um clássico, contra o Paraná. De um lado um Coritiba jovem que há muito tempo não entrava neste clássico sem a alcunha de favorito, do outro um Paraná que poupou jogadores durante a semana para encarar completo e descansado o Coxa, regozijando-se de um favoritismo que mal recordava-se.
Não se pode negar que, estruturalmente, o Paraná jogou melhor. Era um time melhor “armado” e que procurava mais o jogo.
Do lado do Coritiba, o time manteve a sua toada, de tocar a bola e esperar o adversário.
As diferenças se sobressaíram em pontos específicos. Apesar de melhor postado, o Paraná esbarrou na excelente defensiva alviverde, com Wallyson, Bonfim e o excelente goleiro William. Por outro lado, o Coritiba teve peças que, individualmente, fizeram a diferença:
Dudu vem crescendo a cada jogo e mostrando que pode ser muito bem aproveitado no elenco de cima.
Denner está deixando Djair para trás e assumindo a vaga de promessa como segundo volante que tem habilidade para carregar a bola e armar jogadas. Seu bom posicionamento lhe coroou com o primeiro gol da partida, em passe de Dudu, que achou espaço no meio de um amontoado de jogadores.
Apesar da posse de bola Paranista, o time da Vila mostrou o chamado domínio estéril, sem efetividade e que dava espaços para o contra ataque alviverde. Num desses, o pênalti já no final da partida, perdido por Keirrison, mas assinalado no rebote por Primão, que deu números finais à partida.
Primão, abra-se um parênteses, é um dos mais cobrados (por sua rodagem), assim como Djair e Zé Rafael. Ainda não fez uma boa apresentação, mas seu choro ao marcar o gol, mostra que essa “piazada” sabe muito bem da chance que estão tendo a da determinância que isso terá em suas carreiras.
É bom que todos tenham essa consciência e lutem por seus espaços... Suas carreiras e o Coritiba só têm a ganhar com isso!
E em Foz, o Coxa realizou um jogo treino com o Cerro do Paraguai. Resultado: 9x1 pro time verde.
Tudo bem, era treino, as marcações não são rígidas como em jogos oficiais, o Cerro não é um time de ponta, e blá, blá, blá, blá... Mas 9x1 não é um resultado a se fazer vistas grossas.
Se “do lado de cá” as coisas estão começando a dar certo e animar a torcida, “do lado de lá” tudo parece seguir o mesmo diapasão. E que assim seja... E que assim continue!
Parece que ingressamos num bom momento, que o trabalho e as metas traçadas começam a recolocar-nos na tão almejada “boa fase”.
É cedo?
Óbvio que sim... Mas é muito melhor começar uma jornada com céu limpo, não?
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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