
Reflexões em Verde e Branco
Queria muito que o Coxa estivesse disputando a final do Paranaense, mantendo vivo o sonho Penta Campeonato. Queria não ter na memória a vergonha de ser eliminado na semi final do Campeonato Estadual por um time que acabou de vir da divisão de acesso (mesmo sendo um bom time, diga-se).
Falar o contrário é ser hipócrita, mesmo que alguns (até mesmo dirigentes) de outros times insistam em menosprezar o nosso certame.
A questão é que, tirando as minhas vontades, minhas aspirações, minhas decepções, minhas frustrações, enfim, os meus sentimentos de Coxa Branca de lado, me vi feliz em frente à TV, no Domingo à tarde, acompanhando a primeira partida da finalíssima do Centésimo Campeonato Paranaense.
Independentemente dos problemas que acometeram nosso Coxa, ver o Estádio Municipal Jacy Scaff lotado, com um Regional sendo decidido com um Clássico do Café, com duas equipes de bom nível (ambas derrubaram a dupla Atletiba), foi algo surpreendentemente bom de se assistir.
Quem sabe os outros clubes, ao ver que há sim a possibilidade concreta de bater de frente com os times da Capital, não se preparem melhor, não se empolguem com a possibilidade, e finalmente, tenhamos um Campeonato Local cada vez mais valorizado, empolgante e lucrativo? Por que não?
Até mesmo para nós, a real sensação de que há a possibilidade de perda além das cercanias de Curitiba, torna tudo menos maçante.
A rivalidade criada com o Londrina ano passado, e a clara satisfação deles na desforra esse ano, é algo que, ao contrário do que apregoam, não incentiva a violência, mas sim a disputa, a equiparação e a constante tentativa de superação.
Quanto mais rivalidade tivermos aqui no nosso quintal, mais os olhares de todos estarão voltados aqui para dentro, e quem sabe, finalmente, deixemos de ser tão “pendurados” na cultura futebolística de Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Temos times com história, temos times com torcida... Precisamos é reascender a rivalidade, há tempos amornada com a disparidade e a total falta de incentivo da nossa Federação.
Essa final é um alento. É um renovar de esperanças no retorno do romantismo do nosso velho e combalido futebol paranaense.
Resta apenas torcemos, não para Londrina ou Maringá, mas para a Federação Paranaense de Futebol... Que inspirando-se nesse bom momento do interior, tome atitudes para fomentar essa empolgação e não deixar que a chama se apague. Que 2014 não seja só mais um 2007 perdido no tempo e no espaço.
Quero meu Vovô Coxa brigando com o Fantasma, com o Leão, com o Galo e com o Tubarão. Nosso estado tem muito mais figuras e muito mais história do que apenas Gralha e Furacão.
Parabéns aos finalistas! Parabéns ao futebol paranaense!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)