
Visão Feminina
Ainda em ritmo de festa, após os meus parabéns que vocês podem ler no post anterior. Deixo aqui o parabéns de Lédio Carmona. Texto publicado em seu blog, que eu precisei passar pra cá.
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"Aos 9 anos, comecei a acompanhar futebol. Meu falecido comprava a Placar que eu acompanhasse tudo semanalmente. Sempre que podia, comprava o Jornal dos Sports. O dinheiro era curto. Às vezes, não rolava.
Lia a revista toda. Sem falhar uma página. Até anúncios me interessavam.
Tudo era novo, lúdico, diferente. Aquele novo mundo era descoberto a cada página e me seduzia. Futebol do Rio era pelo rádio. A Placar me abastecia de conhecimento sobre os outros estados. Adorava ler o Tabelão, E ali, naquela mar de fichas e súmulas dos Campeonatos Estaduais, me deparei com uma escalação que trazia nomes que jamais me sairam da cabeça… Jairo, Hermes, Hidalgo, Paquito, Zé Roberto, Tião Abatiá, Aladim… A memória, hoje já falha na versão 4.4 não me permite mais lembrar do goleiro ao ponta-esquerda os 11 jogadores.
Mas foi a aquela equipe que me permitiu conhecer o Coritiba. Ali eu conheci o Coxa. Naquele momento, sua história, como de todo futebol paranaense, passaram a ser alvo do meu interesse. Coritiba, Atlético Paranaense, Paraná. São grandes, sim. Gigantes. E vencedores. E começam a ser centenários. Como o Coritiba, que chegou aos 100 anos ontem, no Dia da Criança.
Dia das crianças lembra Aladim. Lembra Tobi. Lembra o sorriso de Jairão. As piadas do Capitão Hidalgo. As caretas de Lela. A alegria de Índio ao marcar o gol na final do Brasileiro de 1985, contra o Bangu, no Maracanã. Nos pênaltis, deu Coxa. Do goleiro-bigode Rafael. De Almir, volante-carrapato. De Gomes e Heraldo na zaga. De Edson, aquele ponta-esquerdo invocado.
33 campeonatos estaduais. Campeão Brasileiro. Campeão da Série B. Respeito demais a história do Coritiba. Sua torcida. Seu passado. Vejo futuro no clube. E lamento que o presente seja tão modesto para um time que poderia render muito mais no atual Brasileirão. Por isso, digo e repito: poucos times me decepcionaram tanto na atual competição como o Coxa. Tem elenco para brigar em cima. E ainda luta para não ficar por baixo.
Em julho, tive a honra de conhecer o Couto Pereira. Belo estádio. Voltei logo depois. Fui muito bem tratado. (...) Bem cuidado, tamanho ótimo e produtivo, organizado, venda frenética de carnês de sócio-torcedor na entrada. Acostumado a ver e acompanhar a bagunça carioca, me bateu uma baita (e saudável) inveja.
O Coritiba tem futuro. O Coritiba é grande demais. O Coritiba é centenário.
Parabéns ao Coxa, 100 anos, mas que para o menino de Niterói foi descoberto graças ao encanto infantil de Paquito, Tiao Abatiá e Aladim."
Lédio Carmona, carioca e jornalista há 23 anos.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)