Visão Feminina
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O menino nasceu em São Paulo, mas seus pais são curitibanos (ele torcedor do Coxa e ela torcedora do A. Paranaense).
O pai tratou logo de "educar" o filho para que tomasse o melhor caminho. E assim, ficou decidido que ele seria Coxa-Branca. Orgulho do pai e dos tios.
Porém, um dia, ao chegar da aula, ele comentou: "Pai, nenhum dos meus amigos da escola torcem pro Coxa. Só eu...".
Claro, os amigos torciam para Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos. O pai explicou que era assim mesmo, que eles torciam pra times do Estado deles. Mas ficou meio sem jeito, pois o menino também era paulista.
Então, ele disse: "Tá, pai. Então vou torcer pelo Coxa e pelo Neymar". O pai achou razoável, até porque, na teoria, ele torceria pelo ídolo, e não para o time do ídolo.
Em Janeiro, a família veio passar férias em Curitiba. Aqui, todos os primos eram torcedores do Coritiba. A impressão que se teve, é que o menino estava fazendo uma "imersão" e, seguindo a tendência dos primos, estava cada vez mais animado em torcer para o Verdão do Alto da Glória. Até que, numa Quarta-Feira, quando todos iam ao Couto, ver o Coritiba jogar, o pai anunciou: Mateus também vai.
Pronto! Começou a preparação toda: coloca camisa, pega bandeira, "que horas vamos?", "será que mamãe vai deixar?"... enfim! A família toda se dirigiu ao Alto da Glória.
Chegando lá, a torcida tomava conta da Rua Mauá e o menino olhou encantado para todos. A impressão que se teve, é que nesse momento ele percebeu que "Sim! Existiam muitos outros torcedores do Glorioso."
Já dentro do Estádio, a torcida deu seu show, e o menino ficou em êxtase: não queria sentar; queria ficar junto com os primos maiores, colado à grade, cantando e dançando o tempo todo.
O Coritiba passeou em campo e saiu com uma grande vitória. Todos saíram felizes do Estádio.
Até esse dia, ele não tirava a camisa do Santos. No dia seguinte ao jogo, logo que acordou, saiu com essa: "Pai, quero a camisa do Coxa" e não a tirou mais, nem no dia que pegou o avião pra SP!
Ao voltar de férias, no primeiro dia de aula, chegou à sala, olhou para todos os coleguinhas e gritou: Coooooxxa!!!!!
A partir daí, não se teve mais dúvida. Ele se tornou Coxa Branca, não só por um desejo do pai, mas por sua própria vontade.
SAV
@CeliaDeina
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)