Gerson, Rafinha, Miranda, Henrique e Adriano. Hélcio, Toby e Alex. Jetson, Keirrison e Pachequinho.
Fazendo um breve exercício de memória, montei essa equipe formada em casa pelo Coritiba. Sob os olhares atentos de mestres como Professores Miro, Aramis e Sizico, dá saudade do futebol de verdade jogado por gente Coxa-Branca, de sangue e alma Verde e Branca.
E o que falar de jogadores como Zambiasi, Heraldo, Rafael, Índio, Reginaldo Nascimento, o próprio Wilson, Cleber Arado, Tostão, e tantos outros que poderiam muito bem ter sido formados aqui, pois defenderam o Verde e Branco com raça, amor e paixão.
Ainda existem outros grandes nomes de um passado glorioso, mas somente escrevendo daqueles que lembro ter visto jogar, não tem como comparar e pensar: como hoje em dia não somos mais capazes de formarmos um time competente somente com os garotos da base? Ou melhor: como os moleques da base não tem no mínimo “o mesmo comportamento” destes que lembrei agora?
A resposta é o futebol moderno.
Esse tal futebol moderno, de arenas com lanchonetes gourmet e CTs de última geração, de DIFs, FIPs, FUDIPS e tantos outros softwares e sistemas de acompanhamento e análises de desempenho, de descoberta de talentos que nos ofereceram os Vanás, Rodrigos Ramos, Thiagos Lopes, Yans Sasses, Evandros, Henriques Gelains da vida, e uma infinidade de garotos que não tem condição se quer de engraxar as chuteiras dos que há pouco recordei com a nossa camisa.
Me perdoe as más palavras, mas eles são os menos culpados... mesmo com suas preguiças de correr, com seus erros de passes de 2 ou 3 metros de distância, mesmo sem frieza frente ao arqueiro adversário... depois que deixamos de captar valores nos campinhos de bairro, deixamos de ouvir vozes como de experts como o Professor Miro, entramos nessa decadência.
Hoje, qualquer garoto tipo Mosquito da vida, com seus 14 anos, já tem empresários e falam em muitos dólares e euros, já tem suas marras e seus cabelinhos moderninhos... tem suas redes sociais e seus parças, mas não tem o respeito, não tem o compromisso e nem a gratidão com a camisa que o formou, com o torcedor da arquibancada... seu compromisso: chuteiras coloridas, fotos em mídias sociais e todas as futilidades que a geração de hoje traz consigo.
A base, não só no futebol mas na vida, é a educação, o respeito e a família; a categoria, você vê no respeito à instituição... até nossos dirigentes são do futebol moderno e enquanto isso, o nosso Coritiba vai acabando pelas mãos da molecada do prédio, os amigos do parquinho, a galerinha do zap zap e do insta... Não é possível voltar no tempo, mas lembrar dos jogos em estádio raiz, com bandeiras, foguetes, cânticos e milhares de pessoas indo pro Couto nos domingos dia de jogos, isso com certeza podemos, posso e vou fazer pois isso me fez Coxa-Branca, não esses últimos Coritibas que me deram pra torcer.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)