Para além das picuínhas que envolvem os obscuros bastidores da gestão coxa-branca. Posta a parte a vaga comparação com o rival e suas recentes conquistas. Esquecendo o papel de craques em eleições. Tentando deixar para lá a desastrosa gestão atual e ainda, para não deixar de mencionar, olvidando o papel da torcida, jogadores descomprometidos, empresários charlatões, ainda diretores de futebol incompetentes e má gestão da base, me parece que o mais grave problema a rondar nosso amado Coritiba é um: em meio aos traumas esgotou-se nosso otimismo.
Parece besta a proposição de que nosso problema é de origem emocional, mas explico: Nunca nos esquecemos tanto de quem somos. Mesmo nos momentos mais difíceis, daqueles que vivi e daqueles que ouço relatos, tinha-se uma clara noção que e as coisas iriam mudar e do que é o maior e mais tradicional time do Paraná e, para além das divisas da comarca, um dos maiores clubes do Brasil. Agora, a cada tropeço parecemos viúvas a reclamar o iminente fim do Coritiba. UMA OVA! Mesmo com todos os erros de Samir Namur, mesmo que o Coritiba não suba, mesmo que o poço tenha mais fundo, que dívida dobre: O Coxa não fecha. Lembremos: nunca foi fácil, não é atoa que tem tijolo de torcedor erguendo o gigante de concreto armado. Somos mais que Pastana, Rodrigão, Rafinha, Coxanautas e Vilson Ribeiro de Andrade. Somos mais que Pachequinho, Passarinho, Alex, Tostão, Cleber Arado ou Fedatto. Somos mais que cada um de nós. Como diz a faixa: O Coritiba somos nós, nossa força é nossa voz. Temos uma torcida maravilhosa e pertencemos as coisas grandes do futebol.
Voltemos a esperança! A esperança que nos deu o nome de torcida que nunca abandona. A esperança de que é possível. A esperança que vem da certeza de que ninguém que pelo Alto da Glória passa é maior que o Coritiba. Voltemos a grandeza que, ao natural, nos trouxe nossos últimos momentos felizes. Só assim seremos o que sempre fomos. Com calma e a paz de quem sabe de que não há o que apague a história.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)