Pré-jogo
Seria quase certo e sem surpresas se no começo do ano alguém ousasse dizer que na última rodada deste Brasileiro da Série B, estaria em campo, no Couto Pereira, o campeão brasileiro de 2018 e que com algumas rodadas de antecipação, já estaria assegurado na Séria A de 2019. De fato não seria surpresa crer que este clube seria o Coritiba, só que não.
Coritiba x Fortaleza é uma daquelas partidas para fazer o torcedor pensar que as coisas não acontecem por acaso. Depende do ponto de vista. Para alguns é mais uma rodada triste, igual a todas as outras que o Coritiba disputou com um grupo de jogadores não identificados com a causa Coxa. Mas se a opção for pensar no contexto, dá pra ir um pouco além e entender que mesmo com todo o fracasso de uma administração, ainda resta uma última lição. Fazer o jogo de despedida da temporada com o campeão e simbolicamente lhe entregar a faixa e deixar que erga o troféu em nossa casa, certamente para alguns não é assim tão simples assim. Não, nada contra o Fortaleza que nos causa inveja por um título que até já temos (2 x), mas que neste momento se fosse nosso, seria um alívio a dirigentes e torcedores, porque era o mínimo que se esperava para 2018.
Pena que tratem Coritiba x Fortaleza como alívio, como fim de um sofrimento que durou o ano todo e que desde os primeiros meses de 2018, já era possível saber que o fim seria mais ou menos este.
Que no meio do caminho até nos demos por satisfeitos com qualquer posição na tabela de classificação, desde que estivéssemos entre os 4 primeiros. Depois do primeiro turno até deixamos de lado o sonho com o título. Mas nem assim nos deixaram continuar sonhando. Tiraram com algumas rodadas de antecipação todos os sonhos, por menor que fossem. Num ranking nacional, hoje o Coritiba beira uma trigésima segunda ou com otimismo uma trigésima posição entre os principais clubes.
A rodada de encerramento da Série B, com Coritiba x Fortaleza terá um campeão e acesso à Série A, mas é do Fortaleza. Um recado claro a dirigentes e torcedores. Porque disso a gente sabe e faz tempo. Só demos tempo que nos dessem o mínimo, mas nem isso foram capazes. Porque este Coritiba não é aquele que um dia nos emocionou, que nos conquistou e que por ele um dia, em algum momento desta nossas vidas com clube, tivemos pelo menos uma loucura para contar. Ou pelo menos uma história entre várias vividas nestes anos desde que torcemos e apesar de tudo ainda apostamos em dias melhores.
A esta altura, pouco importa qual é a escalação, ou formação que Argel vai dar a este time que se despede de 2018, muito longe de todas as expectativas criadas por todos nós. Tanto faz como vai jogar e de quanto será o placar, com vitória ou derrota. Afinal já perdemos até a vergonha. Agora pouco importa o discurso de dignidade que sempre pregaram lá dentro, mas que daqui da arquibancada ninguém viu. Nem de atletas e nem de dirigentes.
Para eleger uma frase que define o ano, seria necessário um concurso. A editoria do COXAnautas, elege uma: “ mais um ano perdido, jogado no lixo, com a política prevalecendo em detrimento ao futebol, nossa principal razão de ser”.
Prova disso é terminar o ano de 2018 falando de impeachment e não de futebol. Uma prova clara do nosso tamanho nesta confusão toda que nos meteram e que indica para dias muito sombrios em 2019. Isso nos dá uma certeza: a política continuará prevalecendo.
O recado dado pelos deuses do futebol, nos colocando na última rodada o campeão antecipado da Serie B, deveria ser melhor interpretado.
Apaguem as luzes, fecham os portões, ponham a mão na consciência e se tiverem coragem, não voltem mais. Se voltarem, que seja para num pré- jogo nos devolver um time de verdade para escalar e torcer, porque somos o Coritiba Foot Ball Club.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)