Editorial
Pelas redes sociais repercute um desabafo creditado ao filho de Paulo Cesar Carpegiani, sobre os bastidores do Coritiba.
Na verdade ele não faz nenhuma revelação que acrescente um fato novo a tudo que a torcida toda já sabe há muito tempo.
Aliás, sobre Carpegiani a grande surpresa está na desaprovação da demissão do treinador, anunciada pela diretoria na segunda-feira. Não será surpresa, se fizerem uma consulta a torcida e a grande maioria preferir a saída do presidente e seus diretores e não a do treinador. Parecido com este caso, só mesmo outro fato, também ocorrido no Coritiba, quando a torcida em coro pediu : "fica Abel, fora Jacob Mehl"! Isso já faz muitos anos e nada mudou.
Não é preciso entender de futebol para compreender tudo isso. Basta acompanhar o Coritiba há algum tempo para concluir que o problema do clube não era o treinador e nenhum outro nome, seja de peso ou não, mudará o rumo das coisas no Coritiba.
O problema está, como todos sabem, nos homens que habitam os gabinetes do Alto da Glória. Senhores do conselho, dirigentes, empresários que se camuflam atrás de cargos, levando o Coritiba cada vez mais para perto de um abismo que pode não ter volta. E isso está cada vez mais perto de acontecer.
Desmandos, falta de autoridade, interesses pessoais, vaidades, se somam a outros problemas comuns ao mundo do futebol e colocam o Coritiba como uma locomotiva sem freio, rumo a um desastre que só mais adiante saberemos o tamanho do prejuízo.
Os avisos de quem está do lado de fora já são dados há muito tempo. Neste momento nos parece não ter mesmo mais o que salve o clube de um fim trágico, tamanha a desorganização e a situação de quase descontrole que se instalou na administração do clube.
A situação é tão grave que as recusas aos convites de trabalho no Coritiba, são constantes, algumas não são divulgadas para preservar o nome de seus comandantes.
Os primeiros sinais estão na debanda de alguns atletas- que nem são assim grandes coisas- mas que preferiram sair. Alguns preferiram ficar sem emprego, do que trabalhar no Coritiba. Outros convites foram recusados e nem chegaram a ser divulgados.
O Coxa é hoje “final de linha” de jogadores de terceiro escalão, recusados nos clubes mais organizados e de melhor situação. O que dá certo aqui (se der), terá sido por pura sorte. A sorte que ainda não teve com nenhuma contratação nos últimos anos. Pra não ser tão rigoroso, digamos que Kleber foi o último acerto. De resto, o Coritiba não tem 11 jogadores que possam ser considerados sequer de qualidade média. Todos, ou em fim de carreira, tentando dar o último suspiro. Caso de Berola, Henrique Almeida e Anderson, pra não falar da qualidade abaixo da crítica de Filigrana, todo o meio de campo e defesa.
Se alguém mais criterioso decidir afastar atletas por deficiência técnica, não haverá 11 jogadores para começar uma partida.
A saída de Carpegiani não mudará absolutamente nada dentro do Coritiba. No máximo, mexe com os brios de alguns atletas, mas isso certamente logo volta ao normal.
O problema do Coritiba está em sua forma de administrar e nos seus gestores.
O Coritiba parece um bom livro que chega ao epílogo.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)