Máquina do Tempo
Por: Luiz Eduardo Buquera
Pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro de 1996, o Coritiba enfrentou o Atlético-MG. Na ocasião o Verdão precisava muito de uma vitória, pois vinha de duas derrotas fora de casa. A última, uma goleada acachapante de 5x0 para um Palmeiras recheado de selecionáveis.
Aquela temporada guarda algumas semelhanças com a situação vivida atualmente pelo Coritiba. O clube acabava de voltar à Série A, contando com uma diretoria formada por empresários conhecidos, que prometiam uma administração profissional e a recuperação do clube.
O Glorioso contava com um elenco com muitas limitações, o que fez com que a briga para afastar o fantasma do rebaixamento persistisse até a penúltima rodada. A maioria das contratações foram mal sucedidas e os remanescentes do ano anterior e os jovens oriundos da base, sob o comando de Dirceu Kruger, que garantiram a permanência na elite.
Vale lembrar que naquele ano passaram outros três treinadores pelo clube com resultados inferiores aos do Ídolo Eterno.
A dificuldade para a permanência na elite era um pouco menor do que atualmente, pois o rebaixamento atingia apenas duas equipes entre 24 participantes.
Voltando àquela partida noturna contra o Galo, a dificuldade seria grande em virtude da qualidade do adversário, que acabaria chegando às semifinais da competição, e também da moral baixa da equipe e da cobrança da exigente torcida. Para agravar a situação, o Verdão tinha desfalques importantes, como Basílio e Pachequinho, e atuaria com vários atletas inexperientes.
A partida não foi nada fácil, mas a equipe estava focada e demonstrou muito empenho, mesmo não apresentando um grande futebol. As oportunidades para ambas equipes não foram muitas, e o Alviverde aproveitou a sua. Alex, o menino de ouro, marcou seu primeiro gol de falta como profissional. A cobrança realizada com maestria contou com leve desvio na cabeça de um zagueiro e estufou as redes de Taffarel, goleiro tetracampeão mundial com a Seleção Brasileira em 1994.
Na segunda etapa, o adversário mineiro lutou muito pelo empate, evitado pela excelente atuação do goleiro Anselmo que interveio de maneira decisiva em duas ocasiões. Numa delas, ao sair corajosamente do gol para fechar o ângulo do atacante Euller que estava de frente para o gol, após carregar a bola com o braço, atitude ignorada pelo árbitro.
Como será no próximo domingo, os pontos daquela partida foram fundamentais para o desfecho positivo ao final da competição. Afinal o principal e mais exequível objetivo fora conquistado.
Ficha Técnica:
Coritiba 1x0 Atlético-MG - 20 de agosto de 1996.
Estádio Couto Pereira
Coritiba: Anselmo, Alexandre, Zambiazi, Flávio, Fábio; Claudiomiro, Paulo Sérgio, Adil (Dirceu), Alex; Josimar (Cuca) e Dinei (Castorzinho). Técnico: Heron Ferreira.
Atlético-MG: Taffarel, Dinho, Rogério Pinheiro, Ronaldo, Paulo Roberto Prestes (Dede); Carlos, Doriva, Leandro (Cleiton), Helberte (Silva); Euller e Renaldo. Técnico: Eduardo Amorim.
Gol: Alex (CFC) 42/1.
Público pagante: 6.687 pagantes.
Árbitro: Edílson Pereira de Carvalho.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)