Sistema defensivo
Por: Ricardo Honório
Na derrota para o Goiás por 1x0, o técnico Gustavo Morínigo utilizou pela segunda vez neste Brasileirão o esquema com três zagueiros. Anteriormente o esquema tinha sido utilizado na derrota para o Palmeiras no Couto Pereira. A intenção era melhorar a produção defensiva da equipe, uma das piores da competição. Antes da partida contra os goianos, o Coritiba tinha levado 32 gols, “ostentando” a marca de quarta defesa mais vazada do campeonato.
O esquema vinha dando certo até os 34 minutos do segundo tempo, quando o Goiás conseguiu marcar o seu gol com Pedro Raul, em mais um cochilo da zaga alviverde. Aliás, falhas da defesa não vem sendo algo raro neste Brasileirão. Por falhas do sistema defensivo, o Coritiba deixou de pontuar em no mínimo nove das vinte partidas que disputou até aqui. Ou seja, em quase 50% dos jogos houve alguma falha individual da equipe.
Gustavo Morínigo já tinha utilizado Guillermo, Henrique e Luciano Castán juntos em outras oportunidades, porém, a formatação tática era diferente, pois o zagueiro uruguaio foi utilizado diversas vezes como lateral direito.
Voltando ao jogo contra os goianos, a estratégia de entrar com três zagueiros deu mais segurança defensiva ao time e não fez a equipe deixar de criar na parte ofensiva, uma vez que a equipe já vinha atuando sem um meia criador, apesar da posição de principal armador da equipe ser revezada nos últimos jogos por Thonny Anderson e Régis, porém, a má fase de ambos faz com que suas presenças não façam diferença em favor da equipe Coxa-Branca. A boa atuação mais uma vez do volante Bruno Gomes, que conseguiu fazer bem a transição ofensiva, não deixou a equipe sentir falta do meia criador.
Com os três zagueiros bem posicionados, Guillermo (direita), Henrique (central) e Luciano Castán (esquerda), o sistema defensivo do Coritiba conseguiu anular Pedro Raul e Nicolas em grande parte da partida, levando o gol apenas faltando pouco mais de dez minutos para o término da partida, quando a zaga alviverde acompanhou a distância a jogada do gol, desde o cruzamento de Danilo Barcelos até a conclusão final do artilheiro do time goiano.
Mas mesmo que o esquema com três zagueiros tenha trazido um alento ao tão vazado sistema defensivo do Coritiba, alguns ajustes ainda são necessários para a manutenção deste sistema de jogo. A principal delas a troca de Matheus Alexandre por Natanael ou Warley na lateral-direita. Apesar de ser um dos jogadores mais regulares da equipe neste Brasileirão, o lateral que pertence ao Corinthians não tem o apoio como característica forte, ponto fundamental para uma equipe que atua em um sistema com três zagueiros. Sem o efetivo apoio dos alas, o time fica muito preso atrás, atuando praticamente em um 5-2-3.
Outro ajuste necessário é a bola aérea. A equipe alviverde vem tomando muitos gols em jogadas de bolas alçadas à sua área. Nos últimos quatro jogos foram quatro gols em lances de bolas cruzadas.
Uma das principais carências da equipe nesta temporada, que ficou evidente após o início do Brasileirão, é a contratação de um zagueiro. A diretoria ainda procura um jogador para atuar pelo lado direito e o nome do venezuelado John Chancellor, de 1,97cm, é o nome cogitado. A possível chegada deste atleta reforçaria ainda mais a possibilidade do Coritiba passar a atuar com três zagueiros, uma vez que este atleta tem experiência em atuar neste esquema de jogo.
Mas enquanto o reforço para a zaga não chega, o Coritiba pode ir se virando com o trio de zagueiros que atuou em Goiânia, pois a única certeza é de que o time alviverde precisa melhorar o seu desempenho defensivo, e o que vimos contra o Goiás pode dar esperança ao torcedor Coxa-Branca de que o Coritiba pode ter um melhor rendimento com este sistema.
E você, leitor do COXAnautas, é favorável ao esquema com três zagueiros?
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)