Entrevista Coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Gustavo Morínigo iniciou a coletiva falando sobre a sensação de jogar bem como jogou hoje, porém, apesar disso, veio a derrota: “A sensação é de tristeza, por tudo o que time fez durante o jogo porque fomos muito superiores, tivemos o dobro ou mais de situações de gol que também não aproveitamos, existe um pouco de culpa aí também. A sensação é de tristeza, essa é a palavra, sabemos que o futebol não é merecimento, mas sim resultado, mas da maneira que aconteceu é que nos deixa triste”.
Morínigo foi perguntado sobre o último lance da partida, se ele entende que deveria ter revisão do VAR, porém o juiz encerrou o jogo, não dando possível pênalti para o Coritiba, e após esse lance o juiz acabou o jogo e posteriormente expulsou o Warley. Respondeu o técnico Coxa: “A parte de arbitragem eu não gosto de falar, porque depois podem vir consequências, mas não posso deixar de falar dessa situação, uma pressa para acabar o jogo, nem quis revisar, o Léo acabou com a boca cortada, talvez nesse momento a gente nem pense direito e falemos demais, mas o que vi aí, primeiro que a primeira situação não foi pênalti ao meu ver pois o Castan tirou a bola, não chegou Rafael e tampouco o atacante deles, foi uma disputa normal e se vamos falar de disputa, a de Leo foi pior. O mais triste é que todos temos muitos anos de futebol, sabemos quando o arbitro é ruim e quando não é, e essa é a parte triste, porque o arbitro não é ruim, é um bom arbitro, então tira a intenção, mas temos que falar da derrota e da tristeza, e da situação que observei no VAR, de onde eu estava. Lamento as expulsões do Warley, os amarelos que tivemos neste momento, mas como posso sustentar meu grupo se está observando situações que não são normais e não deveriam ter acontecido”.
O técnico também explicou como lidar com a situação de que, apesar de jogar bem, a equipe perdeu e está ficando na parte de baixo da tabela, disse ele: “É uma situação em que podemos olhar a parte boa onde o time hoje jogou bem, e a parte ruim que foi o resultado, se pudesse escolher, eu escolheria sempre o resultado porque nos dá mais confiança no trabalho e a parte do jogo se pode melhorar. Quando perdemos assim, ficamos tristes, mas temos uma esperança para frente, então é pesar bem na balança, que isto não nos afete e infelizmente não é a primeira vez, eu observo muito os outros jogos também e sempre os times com pouco mais de peso vão sendo beneficiados. O arbitro tem que marcar, tem que partilhar justiça e não pode haver dúvida disso, somente isso eu que quero que eles caprichem”.
Quanto à expulsão do Porfírio, que pode ter atrapalhado os planos no sentido de que o A. Paranaense pudesse ocupar mais aquele espaço, Morínigo explicou: “Foi onde começamos a descer um pouco mais, pois tínhamos um bloco alto, estávamos saindo bem, jogando bem com muitas situações de gol e eles não estavam nos ocasionando muitos problemas atrás, então sim, atrapalhou, não podemos esconder isso pois ficamos com um homem a menos, tivemos que recompor nossa linha defensiva e ficamos expostos a isso, a lançamentos pelas costas, a não poder recuperar a bola e é uma responsabilidade que temos que compartir sempre. O jogador tem que saber que este tipo de coisa pode acontecer, infelizmente aconteceu com o Porfírio que vinha fazendo uma grande partida, mas um erro de decisão o levou a fazer uma falta que nos levou para trás. Então sim, atrapalhou, mas nada vai tirar a superioridade do time hoje, fomos bem melhores que o rival que parecia que não queria jogar pois foi para trás em todos os momentos, mas é a maneira que eles jogam, tem um grande técnico que está indo bem. Repito, a tristeza de haver jogado desta maneira, do desempenho que o time teve e não conseguiu o resultado.”
O técnico Coxa-Branca fez uma avaliação dos retornos de Willian Farias, Mateus Alexandre e Leo Gamalho: “Falando rapidamente, sem olhar os números deles, acho que a entrada do Mateus, assim como o Willian que fez um esforço para estar neste jogo porque adiantamos algumas transições que não deveríamos, mas a situação nos obriga, eles fizeram uma grande partida. Leo entrou muito bem, pois tínhamos uma minutagem para ele, não queríamos forçar muito, mas desde o momento que entrou começou a correr, a brigar, teve situações, ele é importante sempre, queremos tê-lo sempre mas temos que cuidar dele porque temos mais coisas pela frente. A primeira avaliação que tivemos foi boa, assim como o Porfírio que hoje jogou novamente, na verdade todo o time jogou bem, erramos muitas situações especialmente no primeiro tempo em que poderíamos ter saído com a vantagem de um ou dois gols tranquilamente, no segundo tempo entramos bem também, tivemos nossas chances, o goleiro deles teve boa atuação. Não encontramos explicação, mas o futebol é isso, nem sempre ganha o melhor, esta vez nós perdemos, agora o que questionamos é a maneira de como perdemos.”
Gustavo Morínigo foi perguntado sobre como pretende armar o meio de campo para o próximo jogo contra o Inter, para que a bola chegue mais no ataque, especialmente ao Leo Gamalho. Sobre isso, respondeu ele: “A questão do Leo sempre é importante, ele é nosso goleador, um jogador que só precisa de uma oportunidade para fazer o gol, mas não posso deixar de falar do trabalho que Adrian Martinez fez hoje, foi um lutador lá na frente, teve a sua oportunidade, mas infelizmente a bola ficou travada. Vamos procurar acalmar primeiro, limpar a cabeça, do absurdo que foi o final e já pensar no que vem pela frente, deixamos para a diretoria observar outras situações e nós já nos focar no Internacional, que vai ser uma visita complicada pois eles estão indo bem também. Temos que recuperar as forças, avaliar um por um na parte física e médica e armar o melhor para o jogo de sexta”.
Sobre se o meio campo que jogou hoje, com Tonny, Galarza e Willian Farias, seria o meio ideal, principalmente após a saída do Andrey, o técnico Coxa falou: “Por mais que Matias não tenha a qualidade técnica do Andrey, hoje tivemos uma intensidade bastante alta no meio de campo, recuperamos muitas bolas com o William, com o Matias, foi um time bastante intenso nesta parte, o que facilitou que nossos jogadores de frente não precisassem descer tanto para marcar, e foi bem eu gostei, sabemos o que o William nos dá na parte de agressividade e intensidade, ele organiza o time desde o meio, tanto na defesa como no ataque, então foram bem, na verdade todo o time foi bem, um jogo adequado para ganhar mas não conseguimos fazer o gol e futebol se ganha com gols”.
Morínigo também falou da sequência de cinco jogos sem vencer, se isso aumenta a responsabilidade de vencer fora de casa: “Sempre vamos estar obrigados a ganhar, até que não consigamos nosso objetivo principal, estando bem ou mal nesse momento, sempre estaremos obrigados a ganhar, assim pensam os times grandes”.
Em relação ao goleiro Rafael Wiliam, o técnico foi perguntado sobre como trabalhar a cabeça do jogador após aquele lance do pênalti, pois Morínigo tem experiência e já trabalhou com muitos jovens quando estava no Paraguai. Em relação a esse assunto, ele falou: “O Rafael tem uma boa personalidade, um jogador que trabalha, inteligente, então acho que não vamos ter problemas, no jogo são decisões que tem de ser tomadas, e hoje nas últimas decisões que não fomos bem, uma tomada de decisão de Porfírio, tudo são tomadas de decisões. Naquele ele saiu, acho que não foi pênalti então não posso falar nada disso, ele esteve bem, deu segurança ao time, e isso é parte do crescimento de cada um, as vezes se paga, as vezes não, mas não foi nenhuma culpa dele e estamos tranquilos com ele e com todos os que estão treinando no dia a dia”.
Em relação à situação do goleiro Muralha, o treinador explicou que ele segue trabalhando como os demais goleiros, até que consiga novamente seu lugar e que foi decisão do técnico deixá-lo fora hoje.
Falou também sobre a sequência do Coritiba no campeonato que vinha de jogos duas vezes por semana , e agora, por um período teremos só um jogo por semana: “Quanto à sequência, ela foi pesada, mais ainda quando os resultados não acontecem, mas aí é onde estão os homens, que param e começam cada dia após o jogo, por mais triste que esteja ou cabisbaixo por um resultado, a trabalhar novamente para o próximo, é isso que temos que fazer, lamentar sim, lamentamos, mas o futebol não espera, amanhã temos que trabalhar, sexta temos jogo, temos que recuperar jogadores, temos que organizar a estratégia para este jogo e ir a um reduto difícil contra um time que está jogando bem e procurar ganhar, esta vai ser nossa filosofia daqui até o final”.
Indagado sobre o Coritiba, que teve mais posse de bola e mais chutes a gol do que o A. Paranaense, o que pode ter faltado para balançar as redes, Morínigo respondeu: “Caprichar mais na última bola, porque dentro da área tivemos três ou quatro ou até mais, de fora da área tivemos vários, vários cruzamentos, então faltou caprichar nesta parte. Nós não estamos dentro e é difícil, de fora tudo parece fácil, mas em outras ocasiões fomos melhores, então vamos seguir trabalhando, não existe outro segredo”.
Por último Gustavo Morínigo respondeu se acha que a individualidade dos jogadores de frente pode ter atrapalhado nas decisões finais, disse ele: “Jogamos bem, erramos nas definições, no último passe, mas jogamos bem. Tivemos 25 chances, tivemos posse de bola, muitas bolas recuperadas, então é a tomada de decisão, é o momento, infelizmente hoje não foi para nós que tivemos perto de ganhar, temos que tirar isso rapidamente, porque não temos tempo para lamentar”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)