Máquina do Tempo
Por: Luiz Eduardo Buquera
O ano de 2005 nos traz algumas lembranças desagradáveis se considerarmos os resultados finais alcançados nas competições em que participamos.
Contudo, nem todos os momentos foram de tristezas e frustrações. Entre os bons momentos daquela temporada, podemos destacar uma partida contra o nosso próximo adversário.
Estávamos na segunda fase da Copa do Brasil e enfrentaríamos o Náutico no jogo de volta, após derrota pelo placar mínimo em Recife.
Naquela época o critério de desempate era o número de gols marcados na casa do adversário. Desse modo, precisaríamos vencer por dois ou mais gols de diferença se quiséssemos nos classificar sem passar pela disputa de pênaltis, que seria necessária em caso de triunfo pelo mesmo placar de Recife.
Num início de ano atípico, o Coritiba vinha atuando fora do Couto Pereira em virtude de ampla reforma do gramado que só estaria pronto para a estréia no campeonato brasileiro.
O Coritiba vinha atuando em Maringá pelo estadual, exceto na primeira partida que aconteceu no Estádio Pinheirão. Para a disputa da Copa do Brasil, a diretoria do clube optou por jogar em Curitiba, no mesmo estádio.
A equipe daquele ano havia mantido na defesa e no meio de campo a base do ano anterior. Mas perdeu todos os destaques do ataque, como Tuta, Luis Mário, Aristizábal e Alemão, além do lateral Adriano, negociado com o Sevilla.
Optou por contratar jogadores menos conhecidos e de clubes menores, como Marciano, Nunes e Negreiros. A contratação de maior destaque até aquele momento foi o meio campista Marquinhos, ex-Paraná e São Paulo, que em virtude de muitas contusões não conseguiu repetir a boa passagem que teve no rival.
Naquela noite de meio de semana, o Coritiba conseguiu alegrar o coração de sua saudosa torcida e deixá-la esperançosa de que seria uma boa temporada.
A equipe pressionou desde o início, impondo o seu ritmo e chegando ao primeiro gol logo aos 12 minutos com Marquinhos, de peixinho. Levou um susto na única jogada de perigo do Náutico e foi para o intervalo precisando de mais um gol para liquidar a fatura.
E da mesma forma que no primeiro tempo, foi para cima e marcou aos 12 minutos em belo chute de Rubens Júnior de fora da área. O lateral havia retornado ao clube para tentar suprir a ausência de Adriano, pois tinha grande cartaz com a torcida após ter participado da bela campanha de 1998.
Ao conquistar o gol que lhe dava a classificação, a equipe continuou atacando para marcar o terceiro e evitar uma surpresa ao final da partida, o que conseguiu aos 37 minutos por meio de Luiz Carlos Capixaba, que vinha sendo um dos jogadores mais regulares da equipe desde o início do ano.
Foi uma noite de muita festa da torcida Coxa, com a classificação para a próxima fase da competição.
Que a equipe atual se inspire e traga mais uma importante vitória sobre o tradicional rival pernambucano. E dá-lhe Coxa!
Ficha Técnica
16 de março de 2005
Coritiba 3 x 0 Náutico
Coritiba: Fernando, Rafinha, Reginaldo Nascimento, Miranda e Rubens Júnior; Márcio Egídio, Capixaba (Pepo), Rodrigo Batata e Marquinhos (Reginaldo Vital); Laércio (Luiz Carlos) e Marciano. Técnico: Antônio Lopes
Náutico: Nilson, Bruno Carvalho (David), Batata, Marquinhos Caruaru e Gérson; Luciano Totó (Betinho), Aílton (Diego Recife), Marcelo Saragosa e William Feijó; Renna e Kuki Técnico: Mauro Galvão
Gols: Marquinhos (CFC) 12/1, Rubens Júnior (CFC) 12/2, Capixaba (CFC) 37/2
Árbitro: Paulo Henrique de Godoy Bezerra
Estádio: Pinheirão
Público pagante: 6.966 pessoas
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)