Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Fábio Matias iniciou respondendo sobre a avaliação que faz de seu trabalho até aqui, com apenas 28% de aproveitamento em sete jogos: “O aproveitamento é baixo, e isso não inibe em nenhum momento a responsabilidade nossa como treinador ou nossa como atletas relação às questões de jogo, estamos trabalhando da mesma forma como sempre, com intensidade, vontade e determinação, mas isso não está sendo suficiente no momento. Hoje tivemos 18 finalizações, um número alto novamente, mas sem efetividade, como já falei anteriormente. Isso é um ponto que temos que buscar, continuar trabalhando da mesma forma para que tenhamos confiança suficiente para buscar o resultado de três pontos de alguma maneira”.
Por que o time perdeu a força de buscar os resultados no Couto? Como o elenco está encarando a cobrança da torcida? “A insatisfação da torcida é necessária e é real, não está errada esta insatisfação. Só que não posso potencializar isso e falar que isso atrapalha demasiadamente a equipe, porque nós, como profissionais de futebol, temos que estar acostumados a momentos bons e momentos ruins. Precisamos ter equilíbrio, começamos bem quando iniciamos o trabalho e depois começamos a oscilar. Mas nós é que temos que sair dessa situação, estamos no dia a dia. Todos estamos insatisfeitos com os resultados, os atletas se cobram muito internamente, tivemos um número alto de oportunidades de finalização em gol e não conseguimos sair na frente. Não estamos tendo efetividade para sair na frente no placar”.
E sobre os reforços? “Quanto aos reforços temos conversado todos os dias, passando noites trabalhando, mas, como já falei anteriormente, precisamos de jogadores que cheguem aqui e resolvam o problema”.
O que pretendeu com a escalação inicial hoje, com três zagueiros e sem um centroavante. Já se sente pressionado no cargo? “Quem trabalha no futebol profissional vai ter pressão sempre, precisamos mudar isso, mas precisamos ter ciência de que as coisas não são mudadas do dia para a noite. O momento nosso é esse, nós precisamos buscar soluções dentro do nosso contexto. A escalação com três zagueiros foi para que nossos laterais jogassem lá na frente e o Robson jogando mais por dentro. Nossos laterais marcaram lá na frente, não deixando o Mirassol sair jogando. O Eberth é um excelente jogador, mas ficou muito tempo machucado, voltou há pouco tempo e ele tem um histórico de lesões, porque não tem uma frequência em relação a ritmo de jogo. Acreditamos muito nele, tanto que colocamos no jogo e entrou bem, isso é um bom sinal. Mas não posso também jogar toda a responsabilidade em cima de um jovem, ela tem que ser dividida com os outros atletas do elenco”.
Hoje se percebeu muitos erros de passe e nas cobranças de bola parada, isso pode ser consequência da pressão da torcida? “O Natanael e o Lucas são responsáveis pelas bolas paradas. O Lucas é um jovem atleta de muito potencial, mas tem seus momentos e oscilação. A pressão não pode influenciar, mas estamos assim por culpa nossa também. Isso vai terminar quando ganharmos um jogo, mas entendemos a pressão da torcida neste momento”.
Como projeta o jogo com o Santos? A pressão da torcida pelo fato de que o Coritiba já está mais para o Z4, pode influenciar no rendimento dos jogadores? “Em momento algum estamos olhando para parte baixa da tabela, vamos continuar olhando para cima e buscar os pontos necessários. Quanto ao jogo com o Santos, já estamos mapeando nosso adversário para tentar vencer lá”.
Ainda sobre os reforços. “O mercado é muito competitivo, muitos jogadores são oferecidos, se pegar meu celular hoje, tem lá uns 30 jogadores sendo oferecidos, mas volto a dizer, precisamos de jogadores que cheguem aqui e joguem, e não esperar quatro ou cinco rodadas para se condicionar, por isso estamos tomando todos os cuidados em relação a isso”.
Sobre a pressão da torcida, é algo novo para você? “Estou há muitos anos me preparando para isso, essa pressão não é algo novo, claro que ficamos chateados, mas enquanto essa pressão ficar só dentro das quatro linhas, tudo bem. Quem não quer lidar com pressão que fique em casa”.
Qual a garantia que dá para que o Coritiba possa brigar pelo acesso, pois segundo estatísticas, daqui para frente terá que ter mais de 60% de aproveitamento se quiser subir. “Nós vamos buscar, a diferença de pontos entre os times está muito baixa, não posso me amarrar em estatísticas. Esse ano está muito diferente dos anos anteriores. Estamos trabalhando intensamente para buscar isso, a única maneira de buscarmos uma situação melhor é trabalhando, e isso estamos fazendo”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)