Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
O que pode estar acontecendo para o time não encaixar dois bons jogos seguidos? “Foi um jogo de alternâncias. Tivemos um intervalo muito curto entre a viagem para o Amazonas, um dia praticamente, para poder ajustar algumas situações dentro do campo de jogo. Isso não é justificativa. Temos que buscar o equilíbrio. No primeiro tempo tivemos algumas situações, mas acabamos tomando o gol no início do segundo tempo e aí, após o gol, a equipe sentiu um pouco. Com as mudanças, e elogiando os atletas que entraram, a equipe aumentou o volume e melhorou o número de finalizações. Acho que foram 22 finalizações, 11 no gol, um número alto, que teoricamente, se funcionasse bem, poderia ter dado a vitória para a nossa equipe. Essa oscilação, muitas vezes faz com que a gente perca pontos preciosos dentro da competição. Temos agora a primeira semana praticamente cheia de trabalho, após essas quatro rodadas que estive à frente da equipe, para que possamos ajustar e equilibrar todo esse processo”.
O que buscava com a escalação inicial? “Buscava alguns ajustes, algumas situações de pressão. Precisamos aumentar um pouco a pressão jogando dentro de casa. A linha de quatro defensiva não mexemos porque é uma linha que está estruturada, tem se sustentado bem defensivamente. Ofensivamente temos ainda alguns ajustes a fazer da zona do meio de campo e ajustes na linha de frente. A volta do Robson nos ajudou bastante. A entrada dos atletas também nos ajudou muito. Estamos tendo oscilações, mas buscando um equilíbrio. Agora temos tempo para poder trabalhar, uma semana cheia. Acho importante isso dentro desse período na série B, que tem muitas viagens. A equipe do Vila Nova é uma equipe que tem uma zona central muito forte em termos físicos. Essa questão do meio de campo era para dar um pouco mais de velocidade no jogo, conseguimos em alguns momentos romper a linha do adversário, mas faltou um pouco mais”.
Por que escolheu tirar o Brandão, colocando o Figueiredo, sendo que aí começaram as bolas levantadas na área, e o Damião entrou só no final? “As bolas na área vêm após tomarmos o gol, pois o adversário baixou mais o bloco e as linhas e precisamos usar mais o corredor, tanto que na parte final isso foi o responsável pela penalidade. A ideia não era essa, de ter essas bolas dentro da área, conseguimos isso principalmente nos minutos finais de jogo. No espaço entre 10 e 30 minutos tentamos jogar e buscar o gol, tentando romper as linhas da equipe adversária. Nos momentos finais do jogo, optamos mais por essas bolas de corredor, as linhas do adversário estavam praticamente na marca do pênalti e na entrada da área e então tivemos que buscar isso”.
O posicionamento do Vini Paulista no início do jogo e depois a entrada do Bianchi pisando mais na área, significa que o elenco necessita de reforços no setor ofensivo? “Antes de vir para cá, eu já tinha um parecer em relação à equipe do Coritiba nessa questão das posições. Tudo isso foi conversado também com a direção. Essa análise fazemos agora, eu estando aqui dentro, juntamente com a diretoria porque fica mais fácil de analisar. Sabemos que vamos ter que buscar algumas situações, mas o principal é que precisamos ainda ajustar algumas questões de posicionamento da nossa equipe para interpretar o jogo dentro de casa, como também para interpretar fora. Hoje foi um jogo mais físico, então precisamos buscar um equilíbrio com um jogo um pouco mais rápido. A entrada do Vini foi para dar essa velocidade de jogo. Tivemos um tripé ali por dentro com uma velocidade de jogo, com Morelli, Sebá e Vini Paulista. Tivemos alguns movimentos com o Vini ali por dentro, é um jogador que joga em várias funções. Tentamos equilibrar um pouco mais essa zona central do campo, pois sabemos que essa zona é onde tem um fluxo maior de jogo e onde teoricamente se tem que ter essas características para jogos em casa. O jogo do América foi um jogo menos físico, hoje com o Vila Nova foi um jogo mais físico”.
A equipe estava ansiosa hoje? “A ansiedade foi uma tentativa de mostrar algo. No intervalo conversei com eles para ter mais paciência e calma. Não gosto de ficar falando da parte mental, precisamos buscar o equilíbrio técnico e tático e agora com mais tempo para trabalhar vamos buscar uma sequência boa para melhorar na tabela”.
Sobre poder contar com o Alef Manga no time: “Não tenho nada a declarar no momento, o assunto está com a direção”.
Em relação à falta que o Lucas Ronier fez hoje: “Na função do treinador tenho que pensar o contrário, tenho que encontrar soluções, soluções para diversas situações. O Robson ficou um período fora, foi artilheiro no começo do ano, entrou hoje, jogou o jogo todo e foi protagonista. Quanto mais jogadores protagonistas nós tivermos dentro do grupo, mais forte o grupo fica. Tenho que valorizar os atletas que entraram hoje, entraram com energia e deram um volume muito bom dentro do jogo. Como treinador tenho que buscar esse equilíbrio e buscar jogadores que consigam sustentar o jogo ou entrar no jogo para tentar resolver os problemas ali dentro do campo”.
Como foi deixar o Damião no banco de reservas hoje? “Damião é um jogador de alto nível como pessoa. É um jogador que chegou num status a nível nacional, de jogar em grandes clubes, tem uma carreira consolidada. É um indivíduo que viveu muito tempo numa cultura que é a cultura do Japão. O entendimento dele em relação à essa questão de jogar ou não foi muito natural quando fizemos a troca. É um jogador acima da média, tem uma carreira maravilhosa, uma carreira consolidada, vamos ter paciência e aguardar, pois, ele é um jogador que está fazendo parte do processo aqui no Coritiba”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)