Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Gustavo Morínigo iniciou a coletiva explicando sobre as várias mudanças no time hoje e se elas podem ter prejudicado no primeiro tempo e o que o levou a fazer estas mudanças: “Primeiro foi a questão física, do grupo que havia atuado contra o Palmeiras onde houve um desgaste importante, segundo foi ter um pouco mais de reserva física com os que não haviam atuado, preservar alguns jogadores que tinham cartões e também surpreender, infelizmente ocorreu um acidente no começo, trabalhamos muito na parte mental, o time reagiu por momentos, mas tomamos outros gols que foram um golpe muito duro para nosso time naquele momento. Começamos o segundo tempo com quatro trocas que elevaram nosso rendimento no ataque, tivemos nossas opções fizemos o primeiro gol, mas infelizmente a saída de Robinho, o outro gol que tomamos, a parte física, a parte mental jogou muito contra e tivemos um resultado que na verdade dói muito porque não era o que viemos buscar. Hoje demos oportunidades para vários jogadores e infelizmente o jogo não foi favorável para eles. Sofremos e assumimos com responsabilidade e domingo teremos outra partida e temos que encontrar a maneira de recuperar rapidamente.”
O treinador Coxa-Branca foi perguntado se preservou os jogadores para o clássico que é muito importante, até comparando com o maior clássico paraguaio, Cerro e Olímpia e foi perguntado também sobre qual a importância de ter técnicos estrangeiros no futebol brasileiro pois hoje por exemplo, havia um paraguaio e um chileno no comandando os times. Sobre essa questão, Morínigo respondeu: “Vou começar pela última, acho que a profissão não tem nada a ver com a nacionalidade, a pessoa está preparada ou não, independente da nacionalidade. Na parte de comparar com o clássico paraguaio, eu posso comparar com o Nacional também, me parece uma questão meio absurda”.
O técnico seguiu então com sua explanação: “Nós temos que focar no que está acontecendo, por isso falei em assumir a responsabilidade e como sempre, eu assumo, também tenho a coragem e o valor para levantar-me e focar no que vai ser o próximo jogo que é um clássico, que é um jogo à parte. O grupo lamenta a derrota, o vestiário está triste, mas estão focados em recuperar-se e demonstrar novamente, já são vários jogos que não podemos ganhar, vários jogos que procuramos bastante, correndo atrás e isso causa muito cansaço físico e mental, mas não tem desculpa, desculpas são para pessoas que não estão preparadas e nosso time está preparado. Hoje as mudanças que fizemos foram primeiro por questões físicas, outras vocês já conhecem, do elenco, e temos que tomar decisões no dia a dia e as tomamos, assumimos e agora olhamos para frente”.
Ainda sobre as mudanças na escalação no jogo de hoje, Morínigo foi perguntado se as mudanças foram devido ao clássico de domingo que é um campeonato a parte. Também, na mesma questão, foi perguntado o porquê o Coritiba tem tanta dificuldade em conseguir vitória fora de casa. O técnico Coxa passou a explicar: “Esses clássicos são jogos à parte, a cidade vive ao máximo este clássico claro, cada um torcendo pelo seu time, mas não teve nada a ver, sim cuidamos de alguns jogadores que tinham cartões e estavam pendurados, cuidamos de alguns jogadores que sentiram o cansaço do campeonato por participarem dos jogos, no segundo tempo tivemos que acioná-los novamente para poder tentar mudar o marcador, mas não deu resultado, foram golpes certeiros em tempos importantes, no começo, na metade e no final que fazem com que o time que está ganhando entre com mais cuidados e comece a controlar o jogo e o que está perdendo comece a arriscar, a sair a buscar o jogo e vai deixando espaços, portanto, na escalação não interferiu, interferiu sim no planejamento que tínhamos”.
Indagado sobre a questão de chegar para o clássico com quatro jogos sem vencer, se existe algum impacto nisso, Gustavo Morínigo respondeu: “O futebol em si é pressão, constantemente, estando bem ou mal, e é claro que se sente mais quando os resultados não aparecem, mas sempre é pressão, meu trabalho particularmente é de muita pressão em todo tempo, não posso relaxar em nenhum momento, e não busco isso, é meu trabalho e eu gosto, mas o que corresponde a mim é demonstrar, fazer saber, implementar estratégias e que funcionem, às vezes não dá certo, às vezes dá. Tivemos jogos muito fortes, nos três jogos antes desse, infelizmente não conseguimos a vitória. Jogos fora estão nos custando bastante por uma questão que me parece mais mental do que de capacidade, sinto que o plantel tem capacidade para isso, mas estamos tentando encontrar o ponto exato para atacar isso, não vamos correr agora, estamos firmes no que pensamos do plantel, um dia ruim, uma noite ruim, é claro que existe vergonha nisso, e temos que ter vergonha porque a vergonha nos faz levantar, e aí que estão os homens e precisamos de homens valentes para acabar com estes momentos ruins”.
Também houve uma questão sobre o pensamento de poupar jogadores, mas no segundo tempo teve que fazer as trocas colocando os titulares. Isso foi para diminuir o vexame? Morínigo respondeu: “Não se trata de ideia, trata-se de essência, nós pregamos que temos que sair para ganhar, e não podemos nos entregar por um tempo ruim, por mais que o marcador era 3 x 0, a ideia era que tivessem um descanso maior, e que tivéssemos um rendimento bom no primeiro tempo, não tivemos e fomos obrigados a coloca-los, os que vinham jogando e tem mais carga física e é claro que saímos tentando igualar o placar, começamos bem, a ideia era antes dos 15 minutos fazer um gol, fizemos aos 6 minutos, muito cedo, mas depois não conseguimos mais. Arriscado sempre vai ser, arriscar o Paixão que estava cansado, Henrique que estava cansado, Robinho que estava cansado e jogou todo o jogo anterior e hoje infelizmente saiu lesionado, justamente era um medo nosso, o próprio Manga, ou seja, era um risco que tínhamos que correr para tentar, não podemos nos entregar nunca, não conheço esta parte de deixar-me ganhar por um primeiro tempo. Nossa essência é que temos que sair para ganhar sempre todos os jogos, é claro, quando se pode, e cuidando com os jogadores pelos cartões, estamos com um plantel muito desgastado fisicamente e medicamente e não podemos perder mais ninguém mas infelizmente hoje tivemos o Robinho fora, temos um time cansado e que temos que recuperar para domingo que temos outro jogo”.
Houve também uma questão sobre como está a relação de confiança do time e da comissão técnica e o goleiro Muralha, devido a mais uma falha hoje. Respondeu o técnico Coxa-Branca: “É uma questão difícil, porque é uma posição difícil não só para o Alex, mas para todos os goleiros, que não podem cometer erros. Na derrota eu sempre assumo e trato de liberar totalmente o jogador, é uma questão que o treinador tem que fazer sempre, porque prefiro que a pressão seja sobre mim do que sobre meu jogador. Já aconteceram várias vezes sim, não vamos nos enganar. É uma questão pessoal e grupal e todos temos neste momento, é claro que não tirar o valor, tem um valor negativo neste caso, tem um valor negativo sobre o próprio atleta, sobretudo pelos companheiros, mas temos que nos levantar, todos erramos, e repito, temos que analisar as situações e sempre eu vou ter que decidir neste caso. Nós o apoiamos e a partir de amanhã, vamos ver o que poderemos fazer”.
Por fim, Morínigo falou sobre os jogadores que estão machucados, casos de Léo Gamalho, Wlliam Farias e Mateus Alexandre, se existe a possibilidade de jogarem no domingo. Sobre essa questão, disse ele: “É uma possibilidade, mas por um jogo não podemos arriscar com todos e de repente voltar a machucar e tem muito jogos ainda, nosso elenco ficou um pouco curto pela questão do Andrey e momentos de outros jogadores. Vamos analisar bem, procurar tomar a decisão correta, juntamente com o departamento médico, com os jogadores e comissão técnica para escolher os melhores, mas sem riscos, pois estamos tendo lesões a cada jogo praticamente, temos um jogador machucado e outros muito cansados e temos que usar o tempo de hoje e amanhã que vamos treinar no CT e tomar a melhor decisão para um jogo que é muito difícil de conter a ansiedade que vai ter, a parte física, a parte de força, claro que nossa torcida vai nos acompanhar, vai empurrar, e vai ser um jogo em que teremos que nos sustentar emocionalmente, vamos com tudo, então a decisão ter que ser boa, a estrutura tem que ser boa, lembrando que jogamos em casa e estamos obrigados a ganhar este jogo.”
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)