Editorial
A queda para a Série B parecia algo anunciado desde o fracasso no Campeonato Paranaense. Começou com a demissão mal explicada de Guto Ferreira ainda em 2022. Os sinais que o Coritiba criaria raiz na zona de rebaixamento, apareceram logo na primeira rodada, contra o Flamengo, no Maracanã, que culminou com a demissão do técnico Antônio Oliveira. A chegada de Antônio Carlos Zago, que acumulou vários jogos sem vitórias, mostrou que a insistência em técnicos fracos seria fatal. Ali começou uma série dolorida de derrotas e goleadas que se sucederam durante toda a competição. Cair apanhando, doeu mais. As goleadas e o fraco futebol, até em confrontos com times de qualidade inferior, trouxeram o Coritiba a esta situação de vergonha que começou antes, no Campeonato Regional, chegando a esta reta final de Brasileirão, com um time que mancha a história do clube, nos sucessivos vexames.
Colecionamos sequências inesquecíveis: das derrotas seguidas, de gols tomados, de goleadas, de defesa vazada, de ataque inoperante. Muitos destes momentos dentro de casa, onde uma mística que também sucumbiu. O Couto Pereira, templo Coxa, muitas vezes usado como arma infalível em épicas batalhas, fazia valer a tradição e a marca Coritiba Foot Ball Clube, mas perdeu seu encanto definitivamente este ano.
Um time ainda em formação que até aqui, neste novembro de 2023 completa quase um ano, sem que o torcedor consiga escalar o time titular, faltando pouco para encerrar o ano, depois de mais de 50 partidas disputadas, somando Campeonato Paranaense, Brasileirão e Copa do Brasil.
A falta de comando, a demora para o anúncio oficial do clube para o modelo Sociedade Anônima do Futebol, a incerteza de quem tinha o comando do clube, a péssima condução do futebol, com contratações ruins e técnicos de qualidade duvidosa, foram o grande e principal entrave e refletiram diretamente em campo. Foram muitos problemas técnicos, atletas de nível técnico e físico abaixo do exigido em uma competição como o Brasileirão, o caso Alef Manga, a agressão de Diogo Oliveira em Kuscevic, falta de relacionamento entre clube e torcida, a força dos bastidores criaram os monstros que nos assombram neste final de temporada, com mais um rebaixamento, o sétimo na história do Coritiba.
Entre os torcedores que vão do sentimento dos grupos de “ terra arrasada” aos mais otimistas que mesmo assim, ainda conseguem ver um ano de 2024 melhor, mesmo com toda expectativa frustrada pela inoperância do Coritiba nesta temporada. De um jeito ou de outro, sobra um Coritiba distante de sua torcida que ainda não garante que terá navegação em mares mais calmos daqui pra frente.
São mais perguntas acumuladas com as de antes ainda sem respostas. Sobre o futuro alviverde, segue a pergunta que a torcida faz há anos. Quando o Coritiba conseguirá sair da mediocridade e fará o seu torcedor se orgulhar da camisa coxa-branca? Do G5 a SAF, com o Coritiba entregue a um novo modelo de administração do futebol, desta vez na pior situação desde a sua fundação em 1909. São sete rebaixamentos e o de 2023, talvez seja tão pesado ou igual ao de 1989 e 2009. Na verdade, o rebaixamento sempre dói, independente de circunstâncias. Não só pela condição de ter que se juntar a uma categoria do futebol que não condiz com a história centenária de um clube que já foi campeão brasileiro, mas pela mancha que fica neste inesquecível 2023, com o pior time tecnicamente montado na história do clube.
A história precisa mudar sob pena do clube ir se apagando cada vez mais. Os responsáveis pela Sociedade Anônima do Futebol do Coritiba precisam cumprir as promessas de fazer o clube se tornar protagonista no futebol brasileiro. O torcedor alviverde está cansado de promessas vazias, que há anos fazem parte do cotidiano do clube. Dirigentes incapacitados vem fazendo parte de nossa história recente e com isso tornaram o Coritiba um clube de segundo escalão. Isso precisa mudar urgentemente. A torcida anseia por mudanças, pela chegada de pessoas capazes de tirar o clube desta situação que parece não ter fim, que a cada ano que passa leva o Coritiba cada vez mais para o buraco. Os “donos” do Coritiba precisam trabalhar e ter a real consciência da grandiosidade do clube e de suas responsabilidades perante o torcedor Coxa-Branca. Não aguentamos mais tanta mediocridade.
A editoria do COXAnautas, em nome da torcida, de seus associados, leitores e seguidores nas redes sociais, se solidariza aos demais torcedores, neste novo momento triste de nossa história. Passamos o ano juntos, abrindo nosso espaço para o debate democrático, onde todos, independente de opinião, mesmo que de diferentes tendências, foram colocadas no ar ou manifestadas de alguma forma em nossas lives,notícias, matérias ou colunas aqui publicadas por nossos articulistas. Seguimos para 2024 sempre ao lado do Coritiba . Pelo Coritiba ontem, hoje e sempre, desde a internet discada.
Editoria COXAnautas
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)