Máquina do Tempo
Por: Luiz Eduardo Buquera
Amanhã é dia de atleTIBA. Intrinsecamente já é uma partida na qual a torcida não admite outro resultado que não seja a vitória, sobretudo, atuando no Couto. Na atual situação da equipe, que enfrenta um momento de instabilidade no Campeonato Brasileiro, superar o arquirrival é imperativo. Serão necessárias muita raça e aplicação tática da equipe para superar as dificuldades oriundas das contusões e da falta de eficiência na marcação e na saída de bola quando o adversário atua adiantado e pressiona os zagueiros.
Em função da situação exposta, o "Máquina do Tempo" recorda uma partida da segunda fase do Campeonato Paranaense de 1992, quando o Coritiba superou o A. Paranaense, mesmo enfrentando momentos de muitas dificuldades e contando com um elenco extremamente limitado tecnicamente. A vitória veio graças a atitude determinada e raçuda dos atletas, do apoio vindo das arquibancadas e da mística da "Camisa Alviverde" e do "Time de Alma Guerreira''.
O Contexto do início do início dos 90 foi muito complicado para o Coritiba. Talvez o mais difícil de toda a sua história. Certamente, parte de nossas dificuldades atuais tem origem naqueles anos longínquos. Após a canetada da CBF no final de 1989, que jogou o Coritiba para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro do ano seguinte, o Verdão conseguiu manter a base vitoriosa do ano anterior e ainda trouxe alguns bons jogadores. Dominou o campeonato estadual mas acabou perdendo o título para o arquirrival de maneira surreal, quando terminou com sete pontos a mais e não perdeu nenhum atleTIBA. Como se não fosse o suficiente, fizemos um gol contra bizarro que colocou a pá de cal sobre a pretensão de conquista do bicampeonato. Aquilo foi tão traumático que acabou com o ano do clube.
Em 1991, o Alviverde montou uma boa equipe e chegou às semifinais contra o Guarani, quando foi vergonhosamente roubado e perdeu nos pênaltis uma das vagas que davam acesso à série A do Campeonato Brasileiro.
Se na maior parte dos anos 90 um dos alentos à torcida foi a hegemonia nos atleTIBAs, entre maio de 1990 e outubro de 1992 ficou sem vencer o clássico, mesmo que na maioria das vezes tenham ocorrido empates.
O Campeonato Paranaense de 1992 não trazia perspectivas muito animadoras para o Coritiba, que tinha um elenco com pouquíssimos jogadores qualificados que viviam de altos e baixos. Na primeira fase perdeu o clássico por 3x1 e sofreu com a contusão gravíssima do seu maior jogador, Pachequinho, que só voltaria a atuar com maior regularidade em 1994.
Tudo conspirava para que o clube tivesse as maiores dificuldades naquele domingo de outubro. Era a segunda rodada da segunda fase da competição e o Coritiba vinha de uma derrota por 2x0 para o Matsubara, em Cambará.
Todas as dificuldades relatadas foram superadas com muita raça por alguns pratas da casa associados a jogadores pouco qualificados, capitaneados pelo veterano goleiro Rafael.
Será que atualmente, apesar das dificuldades e instabilidade, há motivo para tanto pessimismo em torno da campanha realizada pela equipe? Existem falhas, carências, e uma série de problemas financeiros para solucionar. Por outro lado contamos com alguns bons valores, uma diretoria imbuída de mudar a história recente do clube, uma comissão técnica séria e comprometida e 42.000 sócios. Será que é hora de hesitar e se render ou de lutar junto com o clube para conquistar objetivos realistas?
Ficha Técnica
Coritiba 1x0 A. Paranaense - 18 de outubro de 1992.
Estádio Major Antônio Couto Pereira.
Coritiba: Rafael, Jorginho, Jorjão, Sirlei e Márcio Batatinha; Hélcio, Norberto, Zé Rubens e Pedro Paulo; Jetson e Daniel. Entraram: Casagrande e Ronaldo Lobisomem. Técnico: Borba Filho.
Gol: Zé Rubens (CFC).
Público pagante: 20.696 pessoas.
Árbitro: Ivo Tadeu Scátola.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)