Máquina do Tempo
Por: Luiz Eduardo Buquera
Num contexto pouco animador, o Coritiba disputou o Campeonato Brasileiro de 1997. A luta para evitar o rebaixamento foi o objetivo desde o início.
O elenco que no início do ano havia perdido Pachequinho para o Bahia e Brandão por grave contusão no certame estadual, agora já não contava com Alex, negociado com o Palmeiras.
Os reforços para o Brasileirão não animaram a torcida, pois tratava-se de uma mescla de jogadores pouco conhecidos com medalhões em final de carreira. A maior contratação foi o consagrado técnico Rubens Minelli, que acabara de ser campeão com o rival Paraná.
Dentro de campo as maiores referências ainda eram os poucos bons remanescentes de anos anteriores, como Claudiomiro e Basílio.
No decorrer da competição, com o Coritiba lutando aos trancos e barrancos para se manter fora da zona de rebaixamento, boa parte das contratações revelaram-se desastrosas. Somente alguns atletas mostraram condições de ajudar o Coxa na inglória missão. Os jovens Reginaldo Nascimento e Rogério Barbosa, oriundos de Matsubara e União Bandeirante, além do meia Marquinhos Rosa contratado junto à Caldense.
Para qualificar a equipe, sobretudo no ataque, chegaram alguns reforços durante a competição. As incursões da diretoria ao mercado foram infrutíferas, mas houve uma única exceção que trouxe um alento para o carente torcedor Alviverde. Tratava-se do atacante Cléber Arado, que rapidamente conquistou o carinho e admiração da torcida que nunca abandona.
O elenco também contava com o zagueiro Zambiasi, que não vinha em boa fase, mas ainda personificava a raça Alviverde e mantinha o excelente aproveitamento em bolas aéreas defensivas e ofensivas.
Raça e organização tática não faltavam àquela equipe, que tropeçava mais em função de contar com poucos atletas qualificados tecnicamente.
O confronto contra o Criciúma era daqueles tidos como de seis pontos, pois tratava-se de adversário direto na briga contra o rebaixamento. Jogando em casa, o Coritiba foi para cima e conseguiu abrir dois gols de diferença ainda na primeira etapa, contando com a bola aérea de Zambiasi e um dos petardos de Cléber Arado.
Aparentemente era só controlar a partida que a vitória viria de modo tranquilo. Ledo engano. Num intervalo de apenas três minutos o Tigre empatou a partida aos 30 minutos do segundo tempo.
O empate, que seria desastroso para as pretensões do Verdão, permaneceu até os 48 minutos, quando brilhou a estrela do zagueiro artilheiro. Zambiasi em cabeceio certeiro, que mais parecia um chute, estufou a rede do adversário dando números finais à partida.
Certamente a torcida Alviverde poderia ficar bem mais tranquila se pudesse contar com Zambiasi e Cleber para o confronto desta noite de terça-feira.
Ficha Técnica:
Coritiba 3x2 Criciúma - 20 de setembro de 1997.
Estádio Couto Pereira
Coritiba: Sérgio, Pedro Aruba, Zambiasi, Rogério Prateat e Guilherme; Claudiomiro, Embu e Vágner Mancini; Basílio, Cleber Arado e Jajá (Eliomar). Técnico: Rubens Minelli.
Criciúma: Jefferson, Paulo Baier, Fábio, Nielsen e Biro; Marcão, Humberto (Marcos Paulista) e Adil (Jetson); Alex, Magno Alves e Marcelo Rocha (Marcos Paulo). Técnico: Sérgio Cosme.
Gols: Zambiazi (CFC) (2) 31/1 e 48/2, Cléber Arado (CFC) 51/1, Magno Alves (CRI) 27/2 e Marcos Paulo (CRI) 30/2.
Público pagante: 4.312 pessoas.
Árbitro: Oscar Roberto de Godoy.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)