FESTA
Palco de inúmeras decisões, festas e alegrias para a torcida Coxa-Branca, o Major Antônio Couto Pereira faz aniversário e completa 77 anos. A primeira partida disputada no Alto da Glória foi em 20 de novembro de 1932 com vitória do Verdão por 4x2 sobre o América.
Com o primeiro jogo e a primeira vitória muitas outras vieram na sequência e fizeram do Alto da Glória símbolo da raça, força e tradição do maior e mais tradicional clube de futebol do Paraná. Grandes partidas, títulos e vitórias marcaram a nação Alviverde dentro do que ela chama de sua segunda casa.
Ao completar 77 anos o Gigante de Concreto Armado, um dos apelidos carinhosos do Couto Pereira, está cercado de expectativas. Com a promessa de um novo estádio para o Coritiba, o futuro do atual campo sagrado ainda é incerto. Contudo, uma decisão deve aparecer dentro de um mês, já que a direção do clube prometeu para até o Natal o anúncio do projeto da nova casa da torcida Coxa-Branca.
A data, cercada de expectativa, deve encerrar as dúvidas da torcida com relação ao futuro do estádio, uma vez que um primeiro projeto foi apresentado durante este ano mas as negociações não evoluíram. Uma segunda tentativa com novos investidores deveria ter sido apresentada nas festividades do Centenário, mas acabou sendo adiada para até o Natal.
Formato, capacidade e o local ainda são desconhecidos de boa parta da torcida. Contudo uma pesquisa recente, contratada por um jornal da capital, mostrou que 94% dos torcedores alviverdes querem permanecer no Alto da Glória.
Colaborou o fiel Coxa-Branca Gilson de Paula
Confira um pouco da história do Major Antônio Couto Pereira retirada do site oficial do Coritiba:
Primeiro Estádio
Com seis anos de vida, o Coritiba iniciaria seu primeiro plano de investimento patrimonial. Em 1915, os Sócios se reuniram e fizeram um empréstimo ao Clube no valor de 5 mil contos de réis, transformados em quinhentas ações destinadas aos participantes. Foi aproveitado um local dentro do Parque da Graciosa, de propriedade da família de Arthur Iwersen, que o cedeu para o Coritiba construir seu primeiro estádio.
De 25 de junho de 1917 até 15 de maio de 1927 ,o Clube mandou ali seus jogos. O estádio ficava no Juvevê, na Rua João Gualberto, entre a Rocha Pombo e Moisés Marcondes dos dias de hoje. No entanto o Coritiba queria construir em terreno próprio, provocando o desejo de Couto Pereira em dar um passo a frente na vida do Clube.
Através de um acordo com a família Iwersen, o local foi devolvido, ganhando ainda o Clube um ressarcimento pelas obras construídas, no valor de 13 mil contos de réis. Couto, mais João Viana Seiler, Pedro Nolasco Pizzatto, João Meister, Jocelyn de Sousa Lopes, Raul Lara, entre outros, atiraram-se à idéia e conseguiram achar uma área no Alto da Glória, pertencente a família de Nicolau Schaeffer, com 36.300 metros quadrados.
Mas além do dinheiro recebido da família Iwersen, havia um saldo junto a família Schaeffer, no valor de 35 mil contos de réis. E lá foram os coritibanos se socorrer na Caixa Econômica, conseguindo o que todos consideravam impossível: um empréstimo de 120 mil contos de réis. Pago o terreno, o saldo foi todo investido na construção do novo estádio.
E em 20 de novembro de 1932 era inaugurado o Belfort Duarte, com o jogo Coritiba 4x2 América.Um belíssimo estádio, de alvenaria e madeira, sem pilastras que atrapalhassem os torcedores, com o campo protegido por uma extensa cerca de arame, cedros circundando toda a propriedade, com duas quadras de tênis e mais tarde uma de basquete.
Em 1942, inauguraria uma novidade para todo o Paraná; iluminação artificial para jogos noturnos com o jogo Coritiba 4x2 Avaí, que reuniu governadores do Paraná e Santa Catarina, além de dirigentes da CBD e políticos dos dois estados. Foi o início da grandiosa obra que mais tarde tornou-se o Estádio Major Antonio Couto Pereira.
Couto Pereira
Em 1956 Aryon Cornelsen assumiu a presidência do Coritiba. Ex-jogador, advogado e empresário comercial, mas com uma inteligência acima da média para a criação de promoções e eventos.
Tendo ele recebido de um amigo curitibano que residia na Bahia um projeto de sorteios nos jogos, imediatamente o aprimorou e lançou na cidade. Era o Bolo Esportivo, que passou a ser a coqueluche da cidade. Outros clubes lançaram e fracassaram, só sobrevivendo o do Coritiba.
O time continuava campeão, não carecia de grandes investimentos, naquele semi-amadorismo da época. Mas a visão de Aryon era mais ampla: patrimônio. Pegou um projeto de seu irmão e maior arquiteto do Paraná, Ayrton Cornelsen, e implantou um novo estádio.
Foi derrubando o antigo e rodeou o velho com arquibancadas de cimento, inaugurando em 12 de outubro de 1958 a primeira parte da grandiosa obra. Recebeu uma ajuda prestimosa de seu pai, Emílio Cornelsen, que abandonou seus negócios e foi ser o feitor da construção, fiscalizando até os pregos que entravam e saíam na obra.
O Bolo Esportivo era uma realidade e todo o seu lucro era aplicado. Mas Aryon saiu em 63, foi reconstruir sua vida e o Clube passou por várias crises, deixando de ganhar campeonatos, até que apareceu Evangelino da Costa Neves e o assumiu. A obra ficara pela metade e os recursos sumiram. Foi aí que surgiu novamente a figura de Aryon Cornelsen, com novo e ampliado plano de sorteios de carros, casas, explodindo outra vez, só que agora em todo o Paraná. E o estádio começou a crescer novamente, surpreendendo a todos.
Sobrava inclusive dinheiro para armar grandes times, pois além da obra que as promoções do Aryon garantiam, os títulos voltavam a acontecer. E o estádio crescendo, contando para isso com uma contribuição decisiva dos Irmãos Mauad, também com uma maravilhosa participação para que hoje o orgulho coritibano fosse exposto perante à sociedade.
Colaboração: Grupo Helênicos
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)