EDITORIAL
O que aconteceu nesse domingo parece obra de algo além do que nosso entendimento e imaginação podem alcançar, mas, no mínimo, deveria nos colocar para pensar.
Pela segunda vez, em menos de três meses, torcida, time e clube são chamados a se unir em nome de uma causa. Primeiro na homenagem à Chapecoense, e agora quando dirigentes se insurgem contra os abusos do poder da televisão e Federação Paranaense.
Parece obra do invisível nos avisando algo.
Para completar a obra, agora com um mártir, ou uma vítima: um menino torcedor do Coritiba que foi morto com um tiro, em frente ao Couto Pereira, no momento que a policia fazia a escolta da Império à Arena, horas antes do início da partida.
Podemos apenas debitar todas estas coincidências na conta do acaso, virar a página e recomeçar mais um dia?
Não parece ser prudente agir assim. Quem sabe os avisos possam nos servir para avançar em velhas e batidas reivindicações. Tudo nos diz respeito. São dois alertas: um novamente à torcida, com mais uma morte entre torcedores em dia de atletiba. A segunda questão diz mais respeito aos dirigentes, tanto de Coritiba como do Atlético.
Temos trabalho dos dois lados. Dirigentes e torcedores estão diante de uma grande oportunidade de entrar para a história do futebol.
Paralelamente ao mundo político, no qual a cidade de Curitiba vem sendo exemplo para o Brasil e para o mundo, as coisas precisam mudar no esporte.
Comportamento de torcedores e os bastidores do futebol parecem andar em caminhos ainda muito obscuros, mas há um tempo de recomeço e um novo comportamento surgindo nas pessoas para recolocar o futebol paranaense no devido lugar.
Não deve ser por acaso que as duas torcidas, e seus dirigentes, são chamados para se unirem mais uma vez em torno de uma causa.
O futebol do estado do Paraná precisa de união. Nossos direitos serão respeitados se Coritiba e Atlético estiverem brigando juntos, cada um com as suas cores, as suas bandeiras, os seus estádios e patrimônios, mas com mais força e em nome de algo maior, que pode ser uma revolução.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)