Editorial
Acreditem, a situação do Coritiba ainda é a mais confortável, pelo menos entre os quatro clubes que brigam pela permanência na série A do ano que vem. Ao Coxa basta uma vitória, independente dos outros resultados. O problema está em fazer este resultado, até em acreditar que ele é possível.
Há seis anos, em 2012, a saga começava e segue até hoje. De todas elas escapamos. Será que ainda dá? Será que mais uma vez teremos mais sorte que juízo?
Para uma parcela, ainda que pequena, o sentimento é que sim, dá pra escapar. Desde o início da semana, caravanas se organizam para mais uma vez estar ao lado do time. Mesmo com todos os motivos que o torcedor tem para não mais prestar sua solidariedade a este grupo de jogadores, Chapecó os espera neste domingo que independente do resultado, vai para história do Coritiba. O domingo, 3 de dezembro, que o Coxa contra tudo e todos, escapou mais uma vez, ou o domingo que na última rodada, há seis anos namorando com a segunda divisão, finalmente conseguiu.
Não que este grupo de jogadores mereça, não que ainda se acredite num milagre, no nascimento do futebol em cada um deles. É só o comportamento simples e puro da demonstração de amor de quem cuida e vai até o fim. Está em jogo o Coritiba, a instituição, o símbolo que nunca esteve sozinho. A torcida que nunca abandona, estará na arena Condá, apesar das condições bem desfavoráveis.
Temos um time menos qualificado que o da Chapecoense, o clima ainda é de comoção pela passagem de um ano do trágico acidente com a queda do avião que levava o time deles para disputar a sul-americana na Colômbia, a Chapecoense renasceu praticamente do zero, juntou os cacos e briga por uma vaga na Libertadores em 2018.
Ao Coritiba resta apenas a esperança da mística. Daquele time que eventualmente pode surpreender. De um clube de algumas belas histórias, mas agora e recentemente de dor e fracassos.
Não se sabe de onde, mas a única esperança que nos resta é a força da camisa. Que pode ressurgir, precisando tomar conta de quem a veste... e como personagens, atletas precisam incorporar um espírito que não é o deles. É o que temos para acreditar.
Ainda é pouco para convencer o mais pessimista torcedor. Mas parece ser o amor a este clube e a sua mística, as principais razões que levam dezenas de torcedores até Chapecó, neste domingo de última esperança de permanecer na série A.
Por mais que tenhamos gritado do lado de cá, não nos ouviram e mais uma vez nos colocaram na mesma situação, que já cansou e para alguns não é mais possível suportar.
Aos que estarão em Chapecó no domingo, nosso mais profundo respeito e admiração. Podemos não estar juntos fisicamente, mas acreditamos no mesmo sonho, ainda que seja muito difícil.
Editoria COXAnautas
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)