Opinião
Quatro jogos, quatro vitórias. Mas como não é costume, principalmente da nossa torcida dizer que perdeu porque era o time reserva; então pode-se colocar aí a derrota na última rodada do Paranaense. Cinco jogos, quatro vitórias, para ser mais justo. Porém, no jogo que realmente valia, o troco foi dado e veio a classificação; junto com uma boa premiação. Ainda é cedo para qualquer comemoração (aliás, fica aqui a dica: excelente o vídeo dos bastidores da partida em Joinville veiculado no site oficial do Coritiba, que mostra a alegria dos jogadores pela vitória), agora, já se percebe nitidamente que o clima é outro, a esperança da torcida, tão maltratada nesses últimos anos, renasce. E um dos motivos para esse cenário, que esperamos terminar na volta à Série A, é que finalmente o maior clube do estado está sendo gerido de forma profissional.
Essa profissionalização fica evidente nas palavras de quatro figuras de vital importância nesse novo momento do clube. Isso é comprovado nas entrevistas com Follador, Brunoro, Morínigo e Thiago Gasparino, todas feitas pela equipe COXAnautas, as quais se você ainda não viu, fica o convite. Elas estão no canal do site no Youtube. Todas as entrevistas retratam como as duas últimas direções do clube deixaram a desejar.
Voltamos a esse assunto mais à frente, antes vamos relembrar um pouco do nosso sofrimento, para depois fazermos a comparação e as projeções.
Na gestão de Rogério Bacellar, em menos de seis meses o clube foi abandonado pela maioria dos componentes da chapa vitoriosa. E a tarefa de decidir tudo ficou nas mãos de um excelente cartorário, de uma sumidade em sua área de atuação, porém, que não sabia nada de futebol. Uma prova disso? Nesse momento, o Shaktar Donetsk da Ucrânia recusou uma proposta de 174 milhões de reais pelo ex-lateral Dodô, vendido na gestão Bacellar por 7 milhões. Possivelmente, todo esse dinheiro foi usado para pagar salários atrasados e dívidas trabalhistas com jogadores de qualidade lastimável e ganhos astronômicos. Isso sem falarmos da aberração que foi venda de Matheus Cunha para o Sion, da Suiça, por apenas 1,5 milhões de euros. Um ano depois, o atacante foi vendido para o Red Bull Leipzig por 15 milhões de euros, uma valorização de 1000% apenas um ano depois de sua saída do Coritiba.
Samir Namur, que tanto criticou o presidente anterior, colocando-se como um divisor de águas, alguém que faria tudo exatamente ao contrário do que seu antecessor, fez tudo da mesma forma. Não seria exagero dizer que conseguiu ser pior ainda. Não foi à toa que surgiu até a possibilidade de um impeachment dele, fato que foi evitado pela atuação nos bastidores do ex-presidente Vilson Ribeiro de Andrade. Algo impensável para uma equipe que se diz profissional. E já que Samir não se sentia confortável na tarefa de planejar, esse cargo foi entregue a Rodrigo Pastana, que não foi competente o suficiente para montar uma equipe que desse ao menos um título Paranaense ao Coritiba, e que conseguiu o acesso a duras penas, o conquistando apenas na última rodada da Série B. Ele montou equipes tão boas que perdemos título para times sub-20. Quem imaginaria?
Voltando à gestão atual, ainda é cedo, todos sabemos; mas o horizonte que se avizinha parece ser outro. Follador, um excelente administrador, Brunoro, um dos maiores nomes no esporte brasileiro no que diz respeito à direção executiva, Morínigo (e coloco aqui, também “Toro” Acuña) trazendo a estratégia de campo e a raça ( que se junta à Alma Guerreira), além de Gasparino ( o “Homem de mil olhos”), entre vários outros nomes competentes, cada um em seu lugar de competência, têm a oportunidade de mostrar o quanto de profissionalismo pode-se ter nesse novo Coritiba.
A torcida Coxa-branca não se contenta com pouco. Aprendemos a ser gigantes, no entanto entramos num caminho para nos tornarmos uma instituição inexpressiva, como outras tantas no país. Mas parece que só demos alguns passos. Faltava perceber que o Coritiba é do povo, não tem dono; não é somente uma pessoa que manda. Somos uma nação, e precisávamos de pessoas capacitadas, não de pessoas que se preocupassem com um relógio, em um site de torcedores, contando os dias para deixar a presidência.
Aqui é Coritiba!
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)