EDITORIAL
A troca de números entre público pagante e público total do jogo Coritiba x Marília, aliada à publicação reiterada de notícias sobre a possibilidade de punição do Coxa com perda de mandos de campo e outras espécies de 'terrorismo psicológico' praticadas por alguns veículos de imprensa causa curiosidade. Por que tamanha insistência?
O constante desserviço caracterizado pela 'confusão de conceitos' entre capacidade de estádio e carga de ingressos é danoso aos interesses do Coritiba, já que não se procura informar com qualidade, muito menos se dar ao trabalho de manter os mesmos critérios aplicados quando o assunto é capacidade e carga de ingressos nos clássicos na Baixada. Ou seja, a má informação só traz dúvidas e uma conclusão fica evidente: de um lado, nada pode; do outro, tudo pode. E do lado que tudo pode, o do time da Baixada, nada se fala.
Na semana em que o Clube decide mais um campeonato – que vale mais pelo aspecto emocional, de apelo à nova geração de torcedores, do que pela conquista em si -, o assunto é o fato de o Coxa ter “vendido mais ingressos que a capacidade do Couto”. Na prática, uma dúvida que pode ser elucidada com uma atualização na medição da capacidade do estádio.
O fato: no jogo contra o Marília, havia espaços livres em alguns setores do estádio Couto Pereira, especialmente na curva de fundos primeiro piso, abaixo da faixa da Torcida Jovem, nas cadeiras inferiores e cadeiras superiores. E se havia espaço livre, é justo que se faça uma reavaliação dos cálculos de capacidade no Alto da Glória, já que isso ocorreu recentemente na Baixada.
Bom lembrar que nesse outro estádio foram vendidos ingressos com visão parcial (os tais “pontos cegos”), que para o presidente do A. Paranaense valem como lugares normais para fins de capacidade e venda de ingressos. Tomando-se por base que no Couto essa situação não existe, mas o espaço para a separação das torcidas existe e lá não são vendidos ingressos, nada mais justo que o Corpo de Bombeiros faça nova vistoria no Alto da Glória, como fez na Baixada após o clássico A. Paranaense x P. Clube ocorrido em setembro deste ano.
Um aspecto não se pode ignorar também no que se refere à carga de ingressos para Coritiba x Marília: o jogo não contou com torcida visitante, por isso os espaços de separação entre as torcidas foram contabilizados para fins de venda de ingressos e ocupação de lugares, o que garantiu um bom acréscimo na capacidade do estádio.
Diante desse quadro, o que se conclui é que a solução para o Coritiba passa necessariamente pela mobilização de seu povo. Chegou a hora de defender os interesses do Clube. Não se trata de exigir benesses, mas sim de garantir coerência e isonomia.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)