EDITORIAL
É inegável que o ano que passou trouxe muitas alegrias à torcida Alviverde. Seria leviano dizer que 2011 não foi um dos melhores períodos da história do Coritiba. A sequência de vitórias, o bicampeonato invicto do Campeonato Paranaense, a final da Copa do Brasil e a razoável campanha no Campeonato Brasileiro encheram a torcida de orgulho. Além disso, a imensa distância para um rival que foi rebaixado, permanecendo quase todas as rodadas na ZR, no mesmo campeonato em que o Coritiba levou com tranquilidade, deu a certeza de que o trabalho estava sendo feito com competência.
Mas o ano mudou, e o Coritiba, na figura de sua comissão de futebol, parece ainda não ter estourado a champagne da virada. Estamos em março, prestes a iniciar a competição nacional em que, incontestavelmente, mais temos chance de êxito, e o time não empolga, longe disso. A promessa de manutenção de pelo menos 80% do elenco vencedor de 2011 foi quebrada com a negociação de importantes e fundamentais jogadores para a estrutura do time. Os reforços indicados por Marcelo Oliveira e avalizados por Felipe Ximenes não mostraram, até agora, um nível sequer próximo daqueles que saíram e, o que se vê com dois meses de um trabalho que segundo a própria diretoria é continuidade daquele desenvolvido no ano passado, é um time perdido em campo, sem criatividade ofensiva e sofrendo em um campeonato de nível técnico baixíssimo, em que, o principal rival é uma equipe que trouxe jogadores emprestados, que não serviram em anos anteriores, como principais reforços.
Alguns podem até defender o argumento de que o Coritiba não perde há vários jogos em competições a nível Estadual, o que serve apenas, para tapar o sol com a peneira. Sabe-se que, em Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro o nível é indiscutivelmente maior e exige-se uma equipe competitiva. Basta analisar que, mesmo com todos os excelentes indicadores do último ano e com um time muito melhor do que esse de agora, o Coritiba perdeu 11 partidas no Brasileirão. Difícil imaginar que, com o futebol atualmente apresentado, o Verdão conseguiria, ao menos, repetir essa campanha. É preciso, que, no mínimo, os responsáveis pelo futebol no Coritiba reflitam sobre isso.
Voltando à questão técnica e tática, a equipe simplesmente não evolui dentro de campo. Ninguém discute a honestidade com que Marcelo Oliveira defende as cores do Coritiba, mas é preciso um momento de avaliação. Aparentemente, o treinador parece perdido em suas próprias convicções, sofre com o baixo nível técnico de um elenco que ajudou a montar e, finalmente, não consegue mais fazer com que sua equipe desenvolva soluções criativas para mudar os panoramas de um jogo. Sob esse prisma, a diretoria precisa optar por oferecer mais qualidade ao treinador ou buscar no mercado, profissionais que tenham ideias novas e possam trazer mais criatividade ao Coritiba. É preciso mudar, seja a postura ou as peças.
A diretoria defende-se dizendo que não possui verba. Entretanto, sabemos que o Coritiba recebeu um aumento considerável do montante oferecido pela emissora que detém os direitos do Campeonato Brasileiro e, apesar da visível redução do número de associados, é muito provável que o Alviverde disponha de mais dinheiro para gastar em futebol nesta temporada. Sendo assim, é preciso concentrar-se mais nos resultados dentro de campo.
Por fim, a questão organizacional. É preciso definir que diretores administrativos tratem apenas de questões administrativas e diretores de futebol, concentrem-se, apenas, em questões relativas à bola. O primeiro sinal de que algo está errado é quando um componente passa a acumular funções, para as quais não foi contratado. Desta maneira, a diretoria, na figura máxima de Vilson Ribeiro de Andrade, precisa estar atenta a possíveis desvios de conduta, evitando, assim, uma desorganização da estrutura.
Precisamos voltar a olhar para frente com a certeza de que temos condições de superar os obstáculos e, finalmente, esquecer do que passou, até porque, um fracasso retumbante nesta temporada, fará com que a torcida apague da memória todas as coisas positivas que aconteceram em um passado recente.
Apoio não faltará, mas estamos atentos. Não queremos nem pensar na possibilidade de voltar ao inferno da segunda divisão e, para isso, não pouparemos esforços para que o Coritiba mantenha o seu rumo e sua mantenha a sua curva de evolução sempre ascendente.
Vamos em busca da vitória!
Portal COXAnautas
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)