EDITORIAL
A situação não é nova. Há seis longos anos o Coritiba briga pela parte de baixo da tabela. Um novo campeonato começa agora para o Coritiba. Está no atletiba do próximo dia 10 de setembro a vida ou a morte deste time.
Com a corda no pescoço, jogando um clássico, com o adversário em situação mais confortável, este atletiba deve ser mais um daqueles de entrar para a história. Ao Coritiba resta apenas a alternativa da vitória.
Vencer a qualquer preço. Esta deve ser a palavra de ordem de Marcelo Oliveira nesta preparação atípica, com quase duas semanas de trabalhos.
Problemas que devem ser solução já adiantam uma escalação provável, nos três setores do time: zaga, meio e ataque. Na zaga, Márcio expulso na partida contra o Vitória deve dar lugar ao estreante Cleber Reis, recém chegado do Santos. No meio, Anderson, também expulso, está fora da lista dos convocados pelo treinador, mas conta com a volta de Galdezani. No ataque, se tudo der certo, Kléber finalmente deve voltar ao time.
Só que na semana mais importante da vida do time este ano, os dirigentes decidem trabalhar longe da torcida. Levam mais uma vez todo o elenco para um hotel fazenda, em Atibaia, para blindar atletas de toda e qualquer manifestação boa e ruim, que possa interferir no trabalho que segue. Como se o torcedor mais uma vez fosse o culpado por esta situação que dirigentes e atletas colocaram o Coritiba. Como se as manifestações fossem cessar e ninguém do grupo de atletas tivesse acesso a internet.
Usam uma manifestação isolada, a pichação de uma das paredes do Couto Pereira, feita na manha de quarta-feira, que protestou contra a posição do time na tabela do brasileirão.
Na calada da noite, sem aviso prévio, o elenco amanhece em outra cidade, se preparando para uma partida decisiva, e desta vez o medo de uma nova manifestação da torcida, contra dirigentes e atletas, é a justificativa para a mudança de endereço neste momento.
Um time sem torcida, uma torcida sem time. Afastados pelo medo um do outro. Uma situação que exprime bem o que é o Coritiba nos últimos anos e agravada agora, em 2017. Entre tantos erros desta administração de Bacellar, seria mesmo possível prever mais uma decisão equivocada como esta.
Que time é este que foge de sua torcida? Como se uma pichação de muro fosse agravar ainda mais um problema que está apenas nos gabinetes e no departamento de futebol do clube. Como se o torcedor, descontrolado fosse atrapalhar este momento delicado que se meteu o time, por incompetência dos próprios atletas e dirigentes. Logo estarão jogando de portões fechados impedindo a torcida Coxa de assistir aos jogo no Couto.
Agora parecem empenhados em fazer do Coritiba um time sem torcida. A torcida que ordeiramente protesta a cada apresentação patética do time, em casa ou fora, com pequenos grupos que vaiam as desastradas partidas. Agora, bastou uma manifestação mais ousada para declararem medo e saírem de campo.
Que dirigentes são vocês, que atletas são vocês, com medo da sua própria torcida?
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)