EDITORIAL
Ainda no começo do Brasileiro do ano passado, quando vivíamos uma tremenda turbulência provocada pela ausência de bons resultados e pela insatisfação generalizada da torcida em relação aos seus comandantes, o treinador de então, René Simões, fez uma oportuna e fundamental análise sobre a situação do clube através de uma carta aberta à nação Alviverde, que começava com a seguinte frase: “O pessimista reclama do vento, o otimista espera o vento mudar de direção e o realista ajusta suas velas e tira o máximo do vento que existe”.
Pois bem, com um quarto do Campeonato Brasileiro já concluído, a pergunta que a torcida se faz no momento é: “Cadê o vento no Couto Pereira?”
Diferentemente do ano anterior, hoje estamos em uma posição, racionalmente falando, muito melhor. Estamos de volta à primeira divisão, somos campeões estaduais e fazemos uma campanha razoável no campeonato. Motivo para acomodação? Com certeza não para a torcida, que detém uma das melhores média de público do campeonato e sempre quer ver seu time na ponta da tabela. Mas e para aqueles que trabalham com o “vento”?
Hoje, em decorrência dessa falta de um norte a seguir, a torcida cobra o time e a comissão técnica a cada rodada. As reações em decorrência de um resultado, seja ele negativo ou positivo, acontecem nos intervalos que separam as partidas. Justamente por não sabermos qual é o nosso foco, as vitórias adquirem agradáveis sabores que podem nos levar à euforia demasiada enquanto que as derrotas são amargas e expõem feridas. Assim, criam-se pressões de todos os lados que podem ser perigosas para o futuro do Coritiba na competição e comprometer o tão batido trabalho a longo prazo, que, no caso do Verdão, não parece ter balanços periódicos.
Não dá para sabermos efetivamente o que o time irá fazer no campeonato, o que se consegue - e talvez more aí o sucesso de muitos clubes que entenderam a fórmula dos pontos corridos - é prever quais são as partidas em que a vitória precisa vir a qualquer custo, e quais aquelas em que um pontinho pode ser fundamental para uma briga posterior. Assim se faz uma equipe que, consciente de suas limitações, utilizando todas as armas para, enfim, completar a sua tarefa. Existe isso no Coritiba de hoje?
A torcida, que nunca abandonou o Coritiba em momento algum desse campeonato - e os números estão aí para serem analisados -, espera ansiosamente por uma resposta. Afinal de contas, estamos indo ao Alto da Glória com que finalidade? Vamos ver um time que sonha com o título, tem em mente uma vaga na Libertadores, que tenta a Sulamericana ou quer simplesmente permanecer na Série A?
Claro que nossa ambição nos permite projetar vôos cada vez mais altos, mas já passou da hora de nos mostrarem como vamos lidar com o vento. Seja qual for a resposta, empenho e suporte para o sucesso não irá faltar.
Com a palavra, agora, o departamento de futebol do clube.
Equipe COXAnautas
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)