EDITORIAL
Na contramão da história do Coritiba Foot Ball Club, o Conselho de Administração do Clube, possivelmente assessorado pelo Diretor de Marketing e Comunicação lançou mais uma anti-propaganda: não haverá promoção de ingressos para as três últimas partidas do ano a serem realizadas no Alto da Glória.
No Coritiba, prática contradiz o discurso da diretoria. É como água oxigenada 10 vol. com vinho do Porto. Sr. Capitão Hidalgo, vem a público discursar após o fiasco em Jundiaí. Clamou por união, por participação do torcedor.
Em seu discurso depois da derrota para o Paulista, Hidalgo foi além, ao exemplificar um ótimo modelo de gestão onde uma diretoria, um time, uma comissão técnica e uma torcida estão caminhando juntos, em passos largos, rumo à Série A, já em 2007: o Galo.
A diretoria cede gratuitamente 30 ônibus, a torcida viaja até Marília, Levir escala o time certo, os jogadores são valentes e o Galo ganha mais uma, dando mostras que veio para ser campeão, papel que deveria ser feito pelo Coritiba. Tanto pensa no título, que mandaram o Alberto para o Coxa. Lógico, não só não reclamaram como festejaram. Bobos somos nós.
Por sua vez, o torcedor do Verdão é ridicularizado pelos jogadores e pelo Presidente, que ofende, xinga, fere. Belo exemplo, Sr. Gionédis. Reclamar do William? Pra quê? Numa cultura organizacional destas, onde o chefe faz o que faz, não serão os funcionários que respeitarão os torcedores.
É briga no aeroporto, é não saudação aos torcedores, é não comemoração com a torcida, é xingamento a torto e a direito. Os jogadores aprenderam direitinho.
A confusão é total. Na hora que o time mais precisava da sua torcida, tanto que um dos únicos jogadores respeitados pelo torcedor do Alviverde, o goleiro Artur, pediu pela promoção de ingressos, o que faz a Diretoria? Nada. Absolutamente nada. Não dão ouvidos a nenhum tipo de apelo.
Em seus gabinetes, os teóricos do Coritiba Foot Ball Club pensam em estratégias geniais: renda? Público? Que nada! Vamos fidelizar o torcedor! Melhor seria escrever sobre política, pois de bola, nada a declarar.
Pior do que a estratégia de marketing – a tal fidelização – é o conceito da gestão diretiva do Coritiba, comandada pelo Sr. Giovani Gionédis: ao afastar o torcedor da sua casa, o Couto, em nome da "credibilidade" a ser mantida junto aos dois mil e poucos compradores do tal pacote, uma tese tão absurda como irresponsável. A diretoria poderia oferecer, então, 3 ingressos gratuitos para o Brasileiro 2007 ou dar acesso gratuito ao Paranaense 2007. Ou quem sabe acesso gratuito à um acompanhante por comprador. Soluções existem.
O atual Coritiba anda a passos largos, na contramão do que sempre foi: líder dentro e fora de campo. Os resultados em campo não são nada além do que a simples constatação sobre o perfil de seus dirigentes: podem entender de quase tudo, menos do deveriam fazer para colocar um pouco de felicidade na vida daqueles que são realmente Coxas-Brancas de coração.
Querem tudo, trocam por nada. O que importa o conceito de equilíbrio, entre receitas e despesas. Equilíbrio emocional do torcedor foi pro espaço, faz tempo. E os títulos? Ah! Estes só os dos bancos.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)