EDITORIAL
A matemática chega a ser cruel de tão exata e nos prova que os erros são cometidos há tempo. As chances que o Coritiba teve para acumular pontos vêm desde os jogos contra Brasiliense, São Raimundo, Santo André, Ceará, Sport, Portuguesa, Guarani... Partidas consideradas fáceis, se comparadas às que seguem agora, no fim do Campeonato. Estas últimas serão, em sua maioria, fora de casa e longe da torcida, a maior - talvez única - incentivadora da equipe.
Os últimos resultados não pioraram a situação do Clube na competição simplesmente porque ela já era muito ruim. As chances de retorno à Série A que beiravam os 19% antes do jogo contra o América/RN, com o empate encolheram para algo como 16% - nada assim tão dramático, portanto. A última vaga, em se analisando de acordo com a ciência exata, continua em aberto e sendo disputada entre o América/RN, Paulista e o Cori.
A rigor, esta rodada serviu otimamente bem apenas ao Náutico.
Já o Verdão, acabou literalmente pendurado na matemática. Para tanto, foram decisivos os risíveis resultados colhidos anteriormente. O elenco não só desabou em apatia profunda após o primeiro turno como também, ao que parece, se dividiu. As divergências causaram desentendimento até agora insuperável entre os pés e a bola e entre esta e a trave. A culpa, um fato sem precedentes na história do Clube, passou a ser da Nação Alviverde. Por ironia, a única que possui álibi.
O primeiro erro, com certeza, é da diretoria, que contratou os jogadores. O segundo, de Bonamigo, que da falta de visão de jogo e excesso de teimosia escalou, durante o seu reinado, um time sem qualidade técnica e tática. Por último, dos atletas, que se não têm culpa por serem escalados, são culpados por estarem em campo e não demonstrarem vontade, como se não estivessem. Sem esquecer, é claro, do coordenador de futebol, afinal, ele tem, por delegação do Presidente, a caneta cheia quando o assunto é o futebol.
O sofrimento recai sobre a torcida, logo ela que não contratou nem escalou mas, literalmente, jogou. Ela foi a única que, por escolha própria, convocou-se a comparecer a todos jogos para apoiar e fortalecer uma equipe sem garra.
O retorno à Série A está cada vez mais distante e os erros, cada vez mais evidentes. Estes, não podem ser consertados agora: apenas lamentados. Só os números podem nos salvar.
Será que a matemática, a mesma que ainda mantém e sustenta o tênue fio de esperança onde se dependura o Coritiba, se encarregará de enforcá-lo?
Equipe COXAnautas
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)