EDITORIAL
Vamos (tentar) falar de futebol
Passada a terceira onda da interminável crise política - as duas primeiras, a liminar pós-eleição que garantiu mandato ao GG e a denúncia-bomba das assinaturas falsificadas de Evangelino, e a assembléia, a terceira -, boa parte da torcida já vê o péssimo desempenho da gestão do Presidente Gionédis nos últimos anos com outros pares de olhos. Até a parafraseada "Deixe o homem trabalhar!", que causou tanta polêmica na lista de discussão dos COXAnautas e na comunidade oficial do Coritiba no Orkut, ficou famosa entre os internautas.
Recentemente, o Presidente do Conselho Consultivo do Cori, Cleverson Marinho Teixeira, enviou uma nota, através de uma mensagem eletrônica aos jornalistas e repórteres, na qual pediu o apoio do torcedor ao time. Apesar de não sermos tratados como imprensa pela diretoria do Clube, o site COXAnautas recebeu a mensagem.
Para quem um dia vivenciou isto, sabe que ninguém mais do que a torcida do Coritiba quer a vitória do time. O mais anônimo torcedor é o mais fiel colaborador do time. E não pede muito em troca, quer apenas um time com raça e qualidade jogando com uma bela camisa verde e branca.
O torcedor fez e fará a sua parte sempre que encontrar um time valente vestindo a camisa Alviverde. Só que o torcedor não chuta a bola na trave, não faz corpo mole, não erra na escalação, não contrata jogadores machucados, não mantém jogadores que xingam e brigam com seus torcedores. Os torcedores não entram na Justiça, não têm privilégios para poder assistir aos jogos-treinos no CT, como têm os conselheiros. Os torcedores torcem, e muito. Mas os torcedores não são marionetes ou bonecos de ventríloquos. Pelo menos boa parte dos torcedores não o são.
A torcida do Coritiba não esperava quatro jogadores de seleção brasileira, mas já que o coordenador de futebol do Cori, João Carlos Vialle prometeu, agora a torcida irá esperar por eles.
A torcida do Coritiba não pede muito, paga caro para ver seu time na Série B até mesmo no gélido Pinheirão, o estádio-cemitério. Certamente a torcida irá prestigiar a estréia do Cori neste domingo. E irá apoiar, irá cuidar bem, irá ser tolerante, pois ele ama o Coxa. A torcida fará a parte dela, torcendo nas arquibancadas, mas não esperem uma torcida pacata, contando cordeirinhos para o tempo passar se o time montado pela diretoria não render em campo. E se a torcida perceber que só ela está fazendo a parte dela, ela cobrará, pois esta também é uma função de quem ama.
O que a torcida quer é que a diretoria, a comissão técnica e os jogadores também façam a parte que lhes cabe. Nos dois últimos anos, só quem fez a parte que lhes cabia foi a torcida. A função de nós, torcedores, nós sabemos bem qual é. A dúvida agora é saber se dirigentes, treinador e jogadores sabem o que devem fazer no Coritiba.
É difícil falar de futebol quando as lideranças do Clube tanto insistem em brigar nos bastidores para manter seu poder, ou, então, alcançá-lo. Uma briga sem fim, uma guerra louca por um poder que está bem distante do amor do torcedor coritibano, que só quer mesmo é ver seu time vencendo.
A torcida Coxa fará o seu bonito papel de colorir de verde e branco os estádios, cantando seu amor pelo Verdão. Resta saber se time e diretoria farão a parte que lhes cabe.
Equipe COXAnautas.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)