ENTREVISTA
por Carlos Eduardo Carvalho
Que avaliação você faz da atual situação física dos atletas do Coritiba?
Eu acho que vem agradando. Até porque que tem demonstrado nos jogos que tem conseguido manter uma pegada legal. Trabalhando com o Dorival, como no meu caso, que trabalho com ele há um tempo, a gente sabe que tem que preparar o time, porque ele exige muito durante o jogo: velocidade, pegada forte. Então o elenco tem que estar preparado. Com certeza nós atingimos esse ponto. A gente já vem fazendo muitos jogos bons na parte física. É lógico que existe um desgaste. Isso não tem nem como ir contra. É um campeonato longo. E nessa fase agora jogando quarta e domingo, a nossa preocupação não é nem o condicionamento físico, mas sim a recuperação dos atletas de um jogo para outro. De uma forma geral, a preparação física tem nos agradado bastante.
Tem sido feito algum trabalho especial para essa fase do campeonato, com jogos no meio e no fim de semana?
O nosso grande desafio nesse período foi trabalhar em cima dessas lesões que apareceram. A gente fez inclusive algumas reuniões com a comissão técnica e é uma coisa que vem nos deixando bastante preocupados. Mas nós fizemos um levantamento e em todos os clubes isso tem acontecido. Então isso não tem acontecido só no Coritiba. Agora isso para nós não interessa. O que interessa é que a gente fazer com que isso aconteça o mínimo possível, uma vez que é praticamente impossível isso não acontecer. O trabalho especial acontece toda hora. São atletas novos que chegam. E a gente procura trabalhar dentro daquilo que o atleta apresenta quando chega das avaliações feitas pelo departamento de fisiologia. Então sempre existe um trabalho diferenciado para cada atleta.
Qual é a relação da preparação física com o tempo que o atleta leva para retornar aos treinamentos após ser afastado por lesão?
Eu acho que o grande vilão dessa história toda, desse grande número de lesões acontecendo no Campeonato Brasileiro desse ano, e isso não só no Coritiba, em todas as equipes, foi a inexistência de um tempo de recuperação e de readaptação para iniciar a competição. Todos os times que chegaram às finais dos campeonatos estaduais tiveram um desgaste muito grande, não só psicológico, como também físico. O próprio Coritiba teve um momento no campeonato estadual que não podia perder. Então todo jogo para nós era uma decisão. E isso também aconteceu com os times que chegaram às decisões em seus respectivos estados. Então isso influencia bastante. E, imediatamente, assim que terminaram os campeonatos estaduais, iniciou-se o Campeonato Brasileiro. Ou seja, infelizmente, não vou citar nomes aqui, as pessoas que dirigem o futebol brasileiro, deveriam olhar melhor para o lado do atleta. Esse é o grande vilão das contusões. Quanto ao tempo de recuperação do atleta, depende de alguns fatores, como, por exemplo, o tipo de lesão e o próprio biotipo do jogador. Tem jogador que tem a condição de recuperar mais rápido, tem uma cicatrização mais rápida. Assim como há atletas que têm uma dificuldade maior.
No grupo de jogadores do Coritiba existe algum desnível em relação à preparação física? Ou os atletas estão no mesmo nível?
Essa diferença sempre vai existir. Nós estamos quase no final do primeiro turno e ainda estamos recebendo jogadores. Temos jogadores no departamento médico, que vão voltar daqui uma semana, duas semanas, e que a gente vai ter que fazer um trabalho de readaptação, um trabalho diferenciado, até que eles atinjam o nível dos demais, dos que estão treinando normalmente, jogando. Então sempre vai ter uma diferença dentro do grupo. É totalmente impossível, devido a alguns fatores, como lesões ou jogadores que se apresentam depois do campeonato iniciado, ter um grupo homogêneo. Um grupo heterogêneo sempre vai imperar. Mas nós procuramos, dentro do possível, fazer com que ele se torne homogêneo.
No controle que é feito pela preparação física, há algum atleta que está se destacando?
Isso é muito individual. De repente nós temos um atleta que se destaca dentro de uma valência, por exemplo, na velocidade, na parte aeróbica, na potência muscular. Juntando todas essas individualidades é que se forma um grupo forte. É praticamente impossível ter um atleta completo. É desumano. Geralmente um atleta que é muito veloz tem alguma dificuldade na parte aeróbica. E o inverso também é verdadeiro. Mas é lógico que têm alguns atletas que chamam a atenção, que têm, durante o treino ou o jogo, uma pegada muito forte e se recuperam mais rápido.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)