ENTREVISTA
Em 1995, surgia nas equipes das Categorias de Base do Coritiba um menino talentoso, chamado Alexsandro de Souza, conhecido na época de juniores como Pachequinho, por jogar com a mesma camisa do então ídolo da equipe principal. Alex foi alçado ao time profissional pelo técnico Paulo César Carpegiani, que logo viu naquele menino um futuro brilhante no futebol.
Alex acabou sendo um dos principais destaques da aguerrida equipe Coxa que conseguiu o acesso à primeira divisão, em 1995.
Na seqüência, foi vendido a preço de banana para a equipe do Palmeiras, onde conquistou vários títulos e se tornou um dos maiores ídolos palmeirenses de todos os tempos, sendo comparado a Ademir da Guia, o maior ídolo da história do Palmeiras.
Vendido ao Parma, que era patrocinado pela Parmalat, mesma parceira do Palmeiras, Alex não teve muitas chances na equipe, sendo repassado para equipes do futebol brasileiro, como Cruzeiro e Flamengo.
No Flamengo, foi boicotado por algumas “estrelas” daquele elenco, não conseguindo se firmar como titular, mas, no final, o time inteiro foi um fracasso, com jogadores como Denílson, Petkovic e Edílson, provando que não era Alex o problema.
No Cruzeiro, Alex conseguiu a redenção. Conduzido por Wanderley Luxemburgo, chegou ao ápice conquistando a tríplice coroa em 2003, ao ganhar o Campeonato Mineiro, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, feito inédito no futebol brasileiro.
Em 2004, acabou sendo vendido ao Fenerbahce da Turquia, onde foi campeão nacional na temporada 2004/2005, participando também das edições 2004/2005 e 2005/2006 da UEFA CHAMPIONS LEAGUE.
Pela Seleção Brasileira, Alex era presença obrigatória nas convocações desde as seleções de base. Experimentou fracassos e decepções, como a eliminação nas Olimpíadas de Sidney em 2000, e também ao ser preterido pelo técnico Felipão, que o comandou na época vitoriosa de Palmeiras, mas o deixou de fora da lista final da Copa de 2002.
Mas colecionou muitos sucessos, como título do Torneio de Toulon, com a Seleção de Novos, e ao liderar a Seleção Brasileira na conquista da Copa América de 2004, que fez uma final emocionante com a Argentina.
Agora, em 2006, Alex vive a expectativa de figurar na lista de Carlos Alberto Parreira, seu desejo pessoal e de toda a Nação Coxa-Branca, que torce pelo sucesso do seu maior ídolo atualmente.
Confira a entrevista:
Coxan@utas - A resposta que a torcida Coxa mais espera de você é: quando você voltará a jogar no Coritiba?
Alex - Não sei ao certo ainda. Eu tenho mais um ano e meio de contrato aqui na Europa, então não tenho a data correta. Mas quero voltar em condições de ajudar de alguma forma o Coritiba, um clube que tanto me ajudou.
Coxan@utas - Qual foi a sua partida e gol inesquecível pelo Coritiba?
Alex - Minha partida inesquecível foi um AtleTiba no Alto da Glória. Nesta mesma partida, eu fiz o primeiro gol, depois o Auri fez o segundo e, no terceiro gol, eu achei bem o Pachequinho e ele fez 3x0. Neste dia, voltamos à primeira divisão, em 1995.
Coxan@utas - Você fez parte do time que subiu à primeira divisão em 1995. Como era o relacionamento daquele grupo e quem era o líder?
Alex - Eu era o mais novo daquele time, não tinha noção de muitas coisas, a única coisa que eu queria era pôr meu time entre os melhores, e conseguimos. Tínhamos o Ademir Alcântara, com quem aprendi muito, o Dida, o Gralak e o Pachequinho. Esses, na minha opinião, eram quem comandavam de alguma forma este time.
Coxan@utas - Cite um jogador Coxa-branca que você tenha se espelhado.
Alex - Como torcedor, foram o Tostão e o Pachequinho, e depois, como jogador, foram o Ademir Alcântara e também o Pachequinho, que, na minha opinião, se não tivesse tido tantas contusões, com certeza jogaria nos maiores times do mundo.
Coxan@utas - O que você achou da manifestação de amor demonstrada pela torcida Coxa na partida contra o Inter/RS, após ser rebaixado à segunda divisão?
Alex - Achei importante, pois as situações passam, mas o clube fica pra sempre. Isso é o que vale.
Coxan@utas - Como você avalia o atual momento do clube?
Alex - Complicado. A transição em derrotas é sempre difícil. Temos que confiar e cobrar de maneira inteligente este time e esta diretoria. Torcer, acreditar, e não ficar passivo, esperando as coisas acontecerem. Usar o Estadual pra ver quem é quem e fazer uma guerra de sobrevivência no Brasileiro, no qual o torcedor terá um peso enorme.
Coxan@utas - Aqui em Curitiba correu uma informação que você teria entrado em contato com o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, para que o time entrasse com força máxima contra o São Caetano, visando vencer a partida, resultado que livraria o Coritiba do rebaixamento. Isso realmente aconteceu? Conte como foi esta conversa.
Alex - Sempre converso com as pessoas com quem tenho amizade, e o Zezé é uma delas. Mas em momento algum ele falou nada a respeito do presidente Gionédis, como foi noticiado aí. Falou que o Cruzeiro, como time grande que é, jogaria pra ganhar. Mas não foi o Cruzeiro quem derrubou o Coxa. O Coxa caiu pela própria incompetência de todos.
Coxan@utas - Você se adaptou muito bem ao futebol turco. Conte um pouco sobre esta adaptação, sua vida aí em Instambul e sobre a sua relação com a torcida do Fenerbahce.
Alex - Um início complicado, porque sempre fui muito reservado, tentando separar minha vida particular da de jogador. Aqui isso é impossível. Dentro do campo, a partir do terceiro jogo, as coisas começaram a acontecer, e estou bem até agora.
Coxan@utas - Você tem muita credibilidade com a torcida Coxa, principalmente por suas atitudes. Gostaríamos de saber de você tem o interesse em ocupar algum cargo no Coritiba, seja como diretor ou técnico, quando encerrar a carreira.
Alex - O cargo que mais me interessa, e que um dia, se tivesse a oportunidade, eu desejaria, seria de ser coordenador das categorias de base. Mas que mantivesse contato sempre com o pessoal da equipe principal. Mas antes quero estudar um pouco mais, e ver se o Cori acredita num trabalho como este.
Coxan@utas - Deixe um recado para a torcida Coxa.
Alex - Temos que acreditar. Esta é a única forma de retornarmos à elite. Cobrem estes jogadores e esta diretoria. E mais, sejam os craques da Série B. A torcida é o maior jogador que temos. Se esta não atuar bem, teremos muitas dificuldades. Com a torcida ajudando, as situações podem ser facilitadas.
Coxan@utas - Saiba que todos os torcedores Coxas–Brancas, estarão torcendo para que você figure na lista de Carlos Alberto Parreira para a Copa da Alemanha.
Alex - Eu também espero e obrigado pela torcida.
Entrevista foi concedida via e-mail ao Coxan@uta Ricardo Alexandre Honório Alves.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)