ENTREVISTA
Na última quarta-feira, 3, o treinador Dorival Júnior foi a julgamento pela segunda vez em função da expulsão na vitória sobre o Santos. O treinador Coxa-Branca foi absolvido por unanimidade mas, antes do julgamento, concedeu uma entrevista ao site Justiça Desportiva, a quem comentou sobre a acusação a que respondia, além da campanha do time alviverde.
JD - O que aconteceu no momento da sua expulsão na partida contra o Santos, na Vila Belmiro?
Dorival Jr. - Foi uma situação de jogo, não houve o que foi relatado. Tinha um microfone quase 70 minutos ao meu lado, em que não foi captado em nenhum momento uma alguma das palavras relatadas na súmula.
JD - Você chegou a ofender o árbitro como foi mencionado na denúncia?
Dorival Jr. - Ao me aproximar da arbitragem eu não proferi um palavrão sequer naquela ocasião. Eu não tenho costume de falar palavrão nem com a minha equipe. Então, eu não a agrediria de maneira nenhuma. Eu poderia falar qualquer palavra que fosse, mas não no sentido de agressão. Além disso, eu prezo muito pela lealdade e pelo respeito às pessoas. Fui punido em uma partida sem que merecesse, e tenho certeza de que isso será revogado, porque as provas foram levantadas e eu não tenho dúvidas de que elas serão aceitas.
JD - Quando foi avisado que o julgamento não tinha sido adiado?
Dorival Jr. - Foi em cima da hora que nós ficamos sabendo.
JD - Como você analisa a decisão do Pleno do STJD?
Dorival Jr. - Eu achei convincente essa colocação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva para que nós tenhamos um novo julgamento, e aí sim com uma possibilidade de defesa.
JD - Em entrevista ao nosso site, Cuca revelou que uma vez precisou da ajuda de um outro técnico e que foi negada. Qual é a sua opinião sobre essa atitude de companheirismo do técnico tricolor?
Dorival Jr. - Não é nem ajudar. É colocar a realidade dos fatos. O Cuca estava praticamente a quatro metros de onde eu estava. Nós tínhamos um microfone do lado esquerdo e outro do lado direito. Em nenhum momento foi captada uma palavra sequer dos termos empregados na súmula.
Existe uma lealdade profissional e eu sou eternamente grato à posição do Cuca. Com certeza, se algum profissional precisar da minha intervenção, isso aconteceria da mesma forma. A atitude do Cuca deve ser estendida a todos nós profissionais, porque eu acredito que nós temos que ter o direito da defesa. O Cuca viu que naquele momento nada havia acontecido e por isso que ele ficou tão revoltado quanto eu após à expulsão.
JD - No início do Brasileiro havia uma desconfiança sobre o Coritiba por ser uma equipe jovem. Mas o time superou as expectativas, acabou se firmando e está agora a dois pontos do G4. Qual a sua avaliação do Coxa nesse returno da competição?
Dorival Jr. - A expectativa é muito positiva. Eu espero que a equipe continue nessa crescente. Nós tivemos um início de campeonato sem muitos problemas. Na primeira rodada contra o Palmeiras, abrimos o campeonato vencendo muito bem. Naquela semana nós perdemos seis jogadores para a segunda partida. E de lá para cá, por incrível que pareça, sem na qual nenhuma houvesse uma alteração, até a décima terceira rodada, nós perdíamos de três a quatro jogadores. O mínimo foram três. Então a equipe teve que mudar muito.
JD - O que foi o mais importante nesse momento para conseguir superar as dificuldades?
Dorival Jr. - A equipe conseguiu se reequilibrar novamente. O importante é que nós vimos que o elenco foi muito participativo em todos os aspectos. Trinta e dois jogadores jogaram nesse momento. Essa garotada conseguiu responder com muitos deles debutando. Diga-se de passagem, o time tem apenas dois atletas que jogaram na Série A em outros anos. Ou seja, é um grupo muito jovem e com uma responsabilidade muito grande de estar à frente de um clube que foi recém promovido da Série B. Eu fico muito satisfeito de estar vendo a reação do time da forma como tem acontecido no campeonato.
JD - Existe uma Queixa do Coritiba contra a arbitragem na partida contra o São Paulo. Qual a sua avaliação sobre o trabalho dos árbitros nesse campeonato?
Dorival Jr. - Eu sempre tive por norma não comentar esse tipo de assunto, tanto que fiquei revoltado com a minha punição. Eu entendo a posição da diretoria do clube, mas eu procuro evitar o assunto. Eu sei que um pênalti que às vezes é anotado em cima de uma simulação de um atleta ou distanciamento do árbitro em relação a uma jogada, pela impossibilidade de estar próximo do lance, é um erro normal. Eu nunca comento que deixamos de ter um pênalti anotado ou que perdemos um jogo por um impedimento mal marcado. Eu sei que isso é um erro natural do ser humano e que acontece. Por isso que eu acredito que é normal o fato de se ter um lance a favor ou contra a equipe.
JD - Mas saiu de campo revoltado na vitória contra o Santos...
Dorival Jr. - Eu fico muito chateado quando a parte disciplinar não está sendo bem conduzida. Aí sim a minha revolta. Em momento nenhum eu vou questionar um lance bem ou mal marcado. Eu vou fazer isso apenas quando, disciplinarmente, a arbitragem não está sendo coerente com o momento do jogo.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)