ENTREVISTA
Em entrevista ao jornalista João Carlos de Santa, do site Uol Esporte, o Coordenador de Futebol do Coritiba, Paulo Jamelli, fala sobre diversos assuntos, muitos deles de interesse da torcida Coxa-Branca.
Jamelli abandonou o futebol aos 33 anos, devido a problemas decorrentes de três cirurgias de joelho, e imediatamente foi convidado pelo Barueri/SP, seu último time, para assumir a gerência de futebol. Em abril de 2008 foi convidado pelo Coritiba e desde então vem desempenhando a função de coordenador de futebol.
Confira a entrevista com o dirigente do Cori:
O que o levou a se tornar um dirigente profissional, ao invés de seguir o caminho mais comum entre ex-jogadores, que é o de se tornar treinador ou empresário?
Jamelli - Eu gosto de trabalhar em clube, viver o dia-a-dia do futebol. Eu acho que poderia até ganhar mais dinheiro se eu me tornasse um empresário, mas eu não quis. Preferi encarar este lado do trabalho direto num clube. Acho que o trabalho do empresário é muito impessoal. Agora, eu tenho a idéia de me tornar treinador, mas não agora. Como parei muito cedo, com 33 anos, decidi, primeiro, conhecer melhor o outro lado, o funcionamento de um clube, as dificuldades, porque neste cargo você tem que apagar um milhão de incêndios por dia.
Que avaliação você faz destes seis meses na coordenação de futebol do Coritiba?
Jamelli - Bem, eu acho que ainda sou inexperiente na função. O Coritiba é apenas o segundo time no qual trabalho. O primeiro foi o Barueri. Minha idéia é ficar mais um tempo neste lado e depois, se tiver oportunidade, começar a trabalhar como treinador. Mas não tenho uma meta. Tenho 34 anos e acho que ainda tenho que desvincular a minha imagem atual da do jogador. Muita gente ainda acha que eu não parei . Quando eu falo que estou no Coritiba, acham que eu estou jogando aqui.
E como foi a experiência de sair de um clube considerado de pequeno porte para outro da Série A do Brasileiro?
Jamelli - Eu fiquei muito contente quando recebi o convite para trabalhar no Coritiba. Normalmente estes cargos são ocupados por ex-jogadores do clube, o cara é um ex-ídolo, que tem identificação com o time. Eu não. Não joguei aqui, nunca joguei no Paraná. Por isso, o convite me deixou bastante feliz, pois eles olharam meu lado profissional e o trabalho que vinha fazendo no Barueri.
Já é possível apontar resultados de seu trabalho no clube?
Jamelli - Acho que o balanço, até agora, é muito bom. Quando eu cheguei aqui, o time estava disputando as semifinais do Paranaense e praticamente montado. Meu trabalho, na verdade, começou no Brasileiro. Eu cheguei faltando duas semanas para o fim do Paranaense, que nós ganhamos na Arena da Baixada. Logo de cara tivemos que reformular algumas coisas, acertar a folha de pagamento, que estava muito alta. Nós tínhamos também alguns problemas administrativos, com funcionários antigos, que estavam com salários defasados e acertamos isto também.
Em relação à campanha do time no Brasileiro, o desempenho está dentro do que você esperava ou poderia ser melhor?
Jamelli - Acho que a campanha está sendo melhor do que muitos esperavam. Antes do campeonato todo mundo falava que o time do Coritiba era fraco, que era candidato ao rebaixamento. E o time mostrou ser muito equilibrado, muito competitivo. Até a partida contra o Flamengo , no restante o time foi muito equilibrado e jogou de igual para igual com todos os adversários.
Você acha que as metas traçadas para a temporada foram cumpridas?
Jamelli - Olha, os dois anos anteriores tinham sido péssimos para o clube. O time veio de uma segunda divisão e, geralmente, o primeiro ano é de reafirmação, no sentido de mostrar para o torcedor que o time voltou para ficar. Quando eu cheguei, nós estabelecemos quatro metas: a primeira era atingir 46 pontos e ficar livre do perigo do rebaixamento, a segunda era chegar à Sul-Americana, a terceira a Libertadores e a quarta o título. Tínhamos que fazer uma coisa de cada vez, degrau a degrau. Acho que, dos quatro, já temos garantidos dois objetivos: nos livramos da zona de rebaixamento com bastante antecedência e temos praticamente garantida a vaga na Sul-Americana, o que acho bastante satisfatório.
A tendência, então, é que você permaneça no ano que vem, ano do centenário do clube. O que está sendo planejado e quais são as metas?
Jamelli - Sim, meu contrato vai até dezembro de 2009 e já estamos planejando a próxima temporada. Nosso objetivo, como eu já disse, é ir de degrau em degrau. Pretendemos vencer o Paranaense e também a Copa do Brasil, fazer um belo Campeonato Brasileiro, se possível chegando à zona da Libertadores e aí, porque não, brigar pelo título da Copa Sul-Americana.
O time deste ano será mantido ou sofrerá reformulações?
Jamelli - A idéia é manter o time e a comissão técnica. Já estamos conversando com o técnico , no sentido de mantê-lo para o ano que vem. Queremos manter a maioria dos jogadores e contratar novos atletas, que possam levar o time a dar um salto de qualidade. Nossa idéia é fazer uma mescla: investir em jogadores jovens, da base, em outros do interior do São Paulo, por exemplo, e em atletas mais experientes, que venham para encorpar e dar experiência ao grupo
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)