Máquina do Tempo
Por: Luiz Eduardo Buquera
Embora o Campeonato Paranaense de 1995 não tenha terminado com título do Coritiba, registrou momentos que até hoje são lembrados com orgulho e saudade por muitos torcedores do Verdão. Com perspectivas muito ruins no início da temporada, em virtude da situação financeira debilitada e de uma sequência de anos muitos difíceis, o panorama era de incredulidade e desconfiança entre os torcedores.
A necessidade de títulos e principalmente do retorno à série A do Campeonato Brasileiro exigia a formação de uma boa equipe com os parcos recursos disponíveis. Nesse contexto, o saudoso presidente Evangelino, que vivia seus últimos momentos à frente do Glorioso, demonstrou toda sua experiência e visão na seleção dos jogadores que viriam a servir o clube. Um pacotão de jogadores desconhecidos vindos do interior do futebol gaúcho, trouxe atletas que fizeram história no clube, como Brandão e Zambiazi, além do excelente lateral Marcos Teixeira. A mesma estratégia havia trazido Claudiomiro no ano anterior. Se juntaram a eles poucos bons remanescentes da temporada anterior e alguns jovens formados na base.
Eis que diante das maiores dificuldades, surgiu ao longo da disputa do paranaense um jovem que qualificaria demais o elenco e teria um futuro brilhante, o menino de ouro Alex. No segundo turno da competição foi lançado pelo competente Paulo César Carpegiani, na partida fora de casa contra o Iraty. O bom desempenho apresentado garantiu a vaga na equipe titular na partida seguinte. No Atletiba que ocorreria na rodada subsequente, Alex que iniciou no banco de reservas entrou logo no início da partida em substituição a Claudiomiro que sofreu grave lesão. Demonstrando que era diferenciado, não sentiu o peso do clássico e teve excelente atuação, com direito à assistência e participação direta na jogada do gol que daria números finais ao placar (5x1).
Desde a revelação de Pachequinho não surgia um craque tão promissor no Alto da Glória. Importante foi a presença de um jogador experiente e consagrado no elenco que foi fundamental para orientar e direcionar o imenso potencial de Alex, o meio campista Ademir Alcântara. Mestre e discípulo formaram uma grande parceria até a saída do jovem craque para o Palmeiras.
Um episódio emblemático que ilustra o êxito da referida parceria e o florescer da vitoriosa carreira de Alex, foi a goleada por 4x0 imposta ao Londrina no primeiro turno da segunda fase do Campeonato Paranaense, quando o mestre fez dois gols e deu uma assistência, enquanto o discípulo fez um gol e deu três assistências. Brandão completou o placar e deu mais um passo rumo à artilharia do certame. Ademir e Alex foram muito importantes para o acesso à serie A do Campeonato Brasileiro e para a manutenção do Coritiba na elite no ano seguinte.
Ficha Técnica:
Coritiba 4x0 Londrina – 11 de junho de 1995.
Estádio Couto Pereira
Coritiba: Renato, Marcos Teixeira, Zambiazi, Jorjão e Márcio Batatinha; Paulo Sérgio, Claudiomiro, Ademir Alcântara e Alex; Polaco e Brandão. Entraram: Cuca e Daniel. Técnico: Paulo César Carpegiani.
Gols: Ademir Alcântara (CFC) (2), Alex (CFC) e Brandão (CFC).
Público pagante: 2.654 pessoas.
Árbitro: Luís Carlos Pinto de Abreu.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)