Memória Coxa-Branca
Por: Kerwin Kuhlemann
No capítulo 1 – Nascedouro de um gigante (clique aqui), navegamos pela história do Coritiba para relembrarmos a forma como foi adquirido o terreno onde se localiza hoje o Estádio Major Antônio Couto Pereira, bem como revimos os campos que o antecederam como sede do clube.
Neste segundo capítulo iremos tratar da era Belfort Duarte, época em que o estádio ostentou esta alcunha, e que também ficou marcado por um período de crescimento do Coritiba, tornando-se um clube de nível nacional, e absolutamente soberano no cenário estadual.
Capítulo 2 – O Belfort Duarte e o início da soberania Coxa Branca
No período que antecedeu a inauguração do Estádio Belfort Duarte em 1932, o Coritiba era um clube local que buscava uma ascendência esportiva, tendo conquistado apenas três títulos estaduais, mesmo número do seu rival fundado em 1924. No entanto, a nova casa Coxa Branca rapidamente deu ao clube uma nova força e novo status.
Nos dez anos subsequentes a inauguração do estádio Belfort Duarte o Coritiba conquistou nada menos que cinco títulos estaduais ultrapassando o Britânia como maior campeão do futebol paranaense. Neste período o Coritiba se sagrou campeão invicto em 1935, e em 1936 o clube ampliou o seu estádio, construindo uma nova arquibancada para três mil pessoas. Ainda em 1940, o clube também construiu uma sede anexa ao estádio, que servia para atividades administrativas e eventos sociais.
Em 1942, o clube resolveu inovar e implantar uma iluminação artificial no estádio, possibilitando a disputa de partidas no período noturno. Em 18/03/1942 ocorreu inauguração das novas instalações, numa partida amistosa contra o Avaí/SC. O meia Cecílio foi o responsável por marcar o primeiro gol “noturno” da história do futebol paranaense.
1942 – Inauguração do sistema de iluminação do Estádio Belfort Duarte.
Após conquistar a hegemonia estadual, a Diretoria Alviverde percebeu novamente a necessidade de ampliar o Estádio Belfort Duarte, e para tanto, o Presidente Aryon Cornelsen resolveu criar o Bolo Esportivo, uma espécie de loteria para arrecadar recursos para a execução da obra. O projeto consistia na construção de uma arquibancada de concreto que circundasse todo o campo, começando e terminando no setor social coberto do estádio. No aniversário de 49 anos do clube, a obra é inaugurada e o primeiro anel do estádio como conhecemos hoje vai tomando forma.
A segunda fase do projeto, idealizado por Lolô Cornelsen (irmão do presidente Aryon), era mais ousada, e previa a construção de um novo setor social totalmente coberto de concreto, com capacidade para cinco mil lugares, além de contar com uma tribuna de honra. Em 1963, são iniciadas as novas obras no estádio cuja execução se daria em três etapas. Em março de 1964, o Coritiba inaugurou o primeiro terço deste setor, numa partida amistosa contra o Grêmio/RS.
No ano seguinte, a arquibancada social original do estádio é demolida para que as demais etapas da obra possam ser realizadas. Em 1968, já na gestão de Evangelino da Costa Neves, é construído o segundo anel do setor Mauá (atual setor Protork), e os últimos dois terços do no setor social.
No início dos anos 70, a capacidade do Estádio Belfort Duarte já alcançava o número 31.000 lugares, se consolidando como o maior estádio de futebol do Estado do Paraná. O Clube já era de longe o maior campeão e mais conhecido time do Estado, tendo quase que o dobro de títulos que seu rival.
Mas o melhor ainda estaria por vir. No próximo capítulo relembraremos os períodos que marcaram a mudança do nome do nosso querido estádio, bem como as razões que o tornaram o Majestoso Gigante de Concreto Armado.
Fonte/Fotos: Helênicos e Coritiba Foot Ball Club
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)