Máquina do Tempo
Por: Luiz Eduardo Buquera
Neste sábado, o Coritiba volta a enfrentar um velho conhecido, o Guarani. Como lembrado às vésperas da partida do primeiro turno, quando vencemos em Campinas por 2x0, é um adversário pelo qual boa parte dos Coxas nutre muita antipatia em virtude de toda a patifaria ocorrida na partida que decidiu o acesso à série A em 1991.
Sempre terão um gostinho especial as vitórias contra eles, excedendo à satisfação pelos três pontos. Se esse sentimento persiste por mais de trinta anos, podemos imaginar o que significou para a torcida o primeiro confronto em Curitiba após o que se passou.
Em 1996, houve um confronto em Campinas com vitória bugrina. Somente em 1997 os clubes viriam a se enfrentar no Couto Pereira. Naquela ocasião, havia a preocupação com retaliações por parte da torcida coxa-branca, mesmo passados mais de seis anos. Felizmente, não ocorreu nada de grave e a situação foi resolvida dentro de campo.
Naquele ano, o Coritiba pouco investiu na montagem do elenco para o Campeonato Brasileiro, a maioria dos reforços eram provenientes das equipes do interior do Paraná. Além disso, perdeu Alex, negociado com o Palmeiras. Foi um campeonato no qual a equipe lutou do começo ao fim para se manter o mais longe possível da zona do rebaixamento.
A equipe era aguerrida e bem comandada pelo técnico Rubens Minelli, entretanto, bastante limitada tecnicamente. Os jogadores de maior qualidade técnica eram Claudiomiro e Basílio. Faltava um "homem gol", pois Brandão estava afastado em função de grave contusão. Durante a competição, foram feitas algumas contratações para o setor. Um dos contratados, o atacante Cléber Arado, logo caiu nas graças da torcida e foi fundamental para a manutenção da equipe na elite do futebol nacional, ao marcar 10 gols nas 18 partidas em que esteve em campo.
Em 27 de setembro de 1997, o Coritiba enfrentou o Guarani pela décima oitava rodada da competição, necessitando muito da vitória para manter-se longe do risco de descenso e para satisfazer o anseio da torcida de ver o Verdão, ao menos simbolicamente, devolver parte do sofrimento causado pelo adversário em 1991.
A partida foi complicada. O Coritiba desceu para o intervalo com o peso do placar adverso e só conseguiu igualar o marcador aos 28 minutos da etapa final com Cléber Arado, que, quatro minutos depois, fazia o seu segundo gol e decretava a virada no placar. Jajá aos 43, de pênalti, selou a vitória. Foi seu único gol na curta passagem pelo clube.
Ficha Técnica
Coritiba 3 x 1 Guarani
27 de setembro de 1997
Estádio: Couto Pereira
Coritiba: Sérgio, Pedro Aruba, Flávio, Zambiazi e Guilherme; Claudiomiro, Paulo Foiani (Reginaldo Nascimento), Vagner Mancini (Rogério Barbosa) e Marquinhos Rosa; Cleber Arado (Eliomar) e Jajá. Técnico: Rubens Minelli.
Guarani: Hiran, Luiz Cláudio, Marinho, Sorlei (Vaguinho) e Rubens Cardoso; Luciano Baiano, Mineiro, Élson e Moreno (Jean Carlo); Dinei (Humberto) e Aílton. Técnico: Lula Pereira.
Gols: Marinho (GUA) 35/1, Cleber Arado (CFC) (2) 28/2 e 32/2, Jajá (CFC) 43/2.
Público pagante: 6.160 pessoas.
Árbitro: Luciano Augusto Teotônio de Almeida.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)