Memória Coxa-Branca
Por: Kerwin Kuhlemann
Nascido em 25/08/1971, Claudiomiro Saleneve Santiago iniciou sua carreira no futebol gaúcho, mais especificamente no Grêmio Santanense, da cidade de Santana do Livramento, fronteira do Brasil com o Uruguai. Em 1994, aos 22 anos, se transferiu para o Coritiba, chegando como um ilustre desconhecido, sem causar grandes expectativas na torcida Coxa Branca. O time vinha de uma temporada muito ruim em 1993, quando disputou uma séria A com cara de série B, figurando num grupo de times do segundo escalão do futebol nacional, o que resultou num clima de muita cobrança pelos lados do Alto da Glória.
No início daquela temporada Claudiomiro já deu mostras de que não seria só mais um naquele elenco. No campeonato paranaense daquele ano se mostrou um jogador muito polivalente, atuando a pedido do treinador Otacílio Gonçalves como meia, volante, zagueiro e lateral esquerdo. Além da versatilidade, Claudiomiro iniciou sua passagem no Coritiba sendo muito decisivo nos clássicos, marcando gol e dando assistência nos dois primeiros atleTIBAS que disputou, ambos vencidos pelo Coxa pelos placares de 2x1 e 2x0.
Aos poucos, Claudiomiro foi caindo nas graças do torcedor alviverde, se tornando uma das principais peças do Coritiba no período 1994-1998, ao lado de Alex, Ademir Alcantara, Pachequinho e Zambiazi. O volante/zagueiro podia não ser um atleta fora de série, mas mostrava muita regularidade, minutagem e valentia em campo.
A sua polivalência, marca registrada do atleta, era tão grande que as únicas posições em que o mesmo não atuou no Coritiba foram as posições de lateral direito e atacante, embora volte e meia mostrasse aptidão em marcar gols. Fato curioso é que Claudiomiro chegou a jogar até na posição de goleiro defendendo o Verdão. Isso ocorreu numa partida disputada pelo Campeonato Brasileiro de 1997, contra o Juventude, em Caxias do Sul. Na oportunidade, o goleiro Sérgio foi expulso quando o treinador Rubens Minelli já havia feito as três substituições, sobrando para Claudiomiro a responsabilidade de defender a meta alviverde.
Claudiomiro foi um jogador com a cara do torcedor alviverde. Sabia fazer de tudo um pouco: Sair jogando com qualidade, fazer marcação cerrada nos adversários, e até fazer gols, perfil este muito difícil de encontrarmos no futebol atual, em que os atletas geralmente sofrem atuando fora de posição.
Durante sua passagem no Coritiba, o atleta conquistou o importantíssimo acesso a série A em 1995 e o Festival Brasileiro de Futebol, em 1997, marcando um dos gols na final contra o Botafogo (RJ). Aos 27 anos, no início do ano de 1998, Claudiomiro seguiu para a equipe do Santos, deixando o Coritiba numa situação muito melhor em relação a aquela que ele encontrara quando chegou em 1994.
Após três temporadas na baixada santista, o jogador seguiu para o Grêmio (RS) onde permaneceu por mais quatro temporadas, até sua transferência para o Vitória (BA), onde encerrou sua carreira em 2006. Desde então, vem desempenhando atividades de auxiliar técnico, atualmente trabalhando nas categorias de base da equipe do Santos (SP). Claudiomiro vestiu o manto Coxa-Branca em 180 partidas, e marcou 24 gols.
Vinícius Coelho
O espaço Memória Coxa Branca desta semana não poderia deixar de fazer uma breve homenagem ao diretor, jornalista, narrador, e escritor Vinicius Coelho, que há exatos 10 anos infelizmente nos deixou. Coxa Branca de quatro costados, Vinicius teve grande importância na história do clube, em especial por ter sido o autor do hino “Eterno Campeão” que remete aos anos áureos do clube na década de 70 e que é lembrado até hoje por todas as gerações de torcedores alviverdes por ter sido entoado em rede nacional logo após a cobrança de pênalti de Gomes, que decretou a conquista do Campeonato Brasileiro de 1985.
Cori, Cori, Cori
Coritiba!
Cori, Cori, Cori
Coritiba!
Coritiba, meu esquadrão
Sempre presente no meu coração
Vencer é o seu lema
Trabalhar é tradição
Salve, Salve, Coritiba
Eterno Campeão
Suas cores Verde e Branca
No mastro da vitória
Hão sempre de tremular
A uma voz vamos todos cantar
Vencer é o seu lema
Trabalhar é tradição
Salve, Salve, Coritiba
Eterno Campeão.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)